...não digais muitas palavras... (Mateus 6, 7-15)
O Fidelíssimo não obedece ao novo acordo ortográfico.

sábado, 13 de dezembro de 2008

O Jardim do Paço Episcopal, de S. João Baptista. Castelo Branco.

Passei há uns dias, um fim-de-semana em Castelo Branco. Uma cidade que testemunhou o absuso das invasões francesas, nobre por isso, e devidamente respeitável pelo penhor que tem sofrido pela política de completo abandono do interior, tão típica deste regime clandestino protagonizado pela república. A paisagem é lindíssima. Vaga. Entre a pedra e a verdura. Num curto espaço de tempo, deixamos o campo para chegarmos aos túneis luminosos do centro da cidade. O contraste bem justifica o desenvolvimento desmesurado e desproporcionado de quem esteve enclausurado tempo demais. Do centro só me apatece voltar para o campo e prever o perfume de um dos melhores queijos nacionais. No centro, qual amazónia no mundo, o Jardim do Paço Espiscopal, constitui um pulmão verde não orgânico, mas espiritual. São João Baptista está ao centro. É notável. Não foi só imaginar Sua Excelência Reverendíssima, D. João de Mendonça, Bispo da Guarda, que funda o Jardim em 1725, errando pelos seus curtos trilhos. O seu paramento aveludado deslizando entre pedrinhas e folhas caídas. Na verdade, num conceito maior, e pela sua intelegentíssima concepção, o Jardim compreende as mais importantes faculdades-chave do Homem e da humanidade: a Fé, a Lisura, a Morte, a Caridade, a Sabedoria, entre outras. Compreende, igualmente, uma dimensão astrológica, que procura, eventualmente, posicionar o Homem e a Terra, no universo em que nos encontramos, e a sua interacção. Numa perspectiva mais histórica e patritótica, o Jardim representa os Reis de Portugal numa escadaria, posicionando de lado os Reis de Castela Usurpadores da Corôa Portuguesa, e noutra escadaria, os Santos Apóstolos. No topo, um lago fundo, representando uma passagem bíblica, da qual "de uma rocha sairia água". Ao mesmo tempo, pela sua dimensão considerável, o largo lago visa reflectir o Céu na Terra (como tem sido impossível!..). Em suma, o Jardim é fantástico e pelo seguinte: o Jardim revela que, na altura, e como monumento público, há uma concepção do Homem pelo mundo, muito mais profunda, muito mais significativa, muito mais próxima de Deus, muito mais telúrica, muito mais espiritual, muito mais histórica e patriótica do que nos dia de hoje. Este é um dos sinais de que o Homem, convencido de que é mais feliz e moderno, está, na verdade, cada vez mais atrasado e fútil. É por esta razão que escolhi, de entre tantas estátuas em pedra (originalmente em bronze pilhadas pelos franceses): a Fé. Precisamente porque é a que mais necessitamos. Se passar em Castelo Branco, por favor, passe no Jardim do Paço Espiscopal e...levite.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

Voltar a Restaurar Portugal!

Celebramos hoje a Restauração da Independência de Portugal, ocorrida em 1640. Permito-me realçar a data de 12 de Outubro, dia que reuniu alguns notáveis patritóticos, no sentido de poder devolver Portugal aos Portugueses. E Graças a Deus, conseguiram. É disto que se trata quando falamos de Restauração, que é da Independência e da Restauração de Portugal mas também dos Portugueses. É, igualmente, um acto de máxima cidadania e de patriotismo, que revela um profundo amor à Nação e ao seu Povo. Permito-me também sugerir que os Jantares dos Conjurados (Causa Real) sejam, simbolicamente e, em memória destes grandes Portugueses, no dia 12 de Outubro. Prestaríamos, deste modo, uma justa homenagem à sua coragem. Por outro lado, gostaria que este projecto dos que se reuniram a 12 de Outubro de 1640, constituísse um exemplo de coragem, de cidadania e de patriotismo para todos os Portugueses. Para aqueles Portugueses que, vendo o seu País penhorado e cativo pela burla e corrupção generalizadas (bem pior que o próprio domínio filipino...), possam exteriorizar a sua indignação e Restaurar Portugal, restituindo-lhe a dignidade e a prosperidade a que tem direito. Bem sabemos que não há justiça nem transparência no serviço à causa pública em Portugal. Estas duas lacunas têm constrangido a nossa Semi-Democracia. Hoje, não é só um dia em que se pode faltar ao trabalho. É um DIA-EXEMPLO, um DIA-LIBERDADE, um DIA-VONTADE, um DIA-PORTUGUÊS, mas, sobretudo, uma DIA DE AUTO-DETERMINAÇÃO e, por isso, um DIA-LIVRE. Coragem para aqueles que continuam a conjurar por Portugal! É justo lembrar D. João IV, é urgente chamar o senhor D. Duarte, Duque de Bragança!
Para que não esqueçamos, deixo aqui algumas notas históricas sobre esse memorável e decisivo momento da nossa História cuja repetição muito desejamos a Portugal!: "A Restauração da Independência é a designação dada à revolta iniciada em 1 de Dezembro de 1640 contra a tentativa de anulação da independência do Reino de Portugal por parte da dinastia filipina, e que vem a culminar com a instauração da Dinastia Portuguesa da Casa de Bragança. É comemorada anualmente em Portugal por um feriado no dia 1 de Dezembro. Antecedentes: D. Sebastião, um rei jovem e aventureiro, habituado a ouvir as façanhas das cruzadas e histórias de conquistas além-mar, quis conquistar o Norte de África em sua luta contra os mouros. Na batalha de Alcácer Quibir no Norte de África, os portugueses foram derrotados e D. Sebastião desapareceu. E os guerreiros diziam cada um a sua história. O desaparecimento de D. Sebastião (1557-1578) na batalha de Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique (1578-1580), deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1581, Filipe II de Espanha é aclamado rei, jurando os foros, privilégios e mais franquias do Reino de Portugal. Durante seis décadas Portugal ficou privado de rei natural, sob o que se tem designado por "domínio filipino". Com o primeiro dos Filipes (I de Portugal, II de Espanha), não foi atingida de forma grave a autonomia política e administrativa do Reino de Portugal. Com Filipe III de Espanha, porém, começam os actos de desrespeito ao juramento de Filipe II em Tomar. Em 1610, surgiu um primeiro sinal de revolta portuguesa contra o centralismo castelhano, na recusa dos regimentos de Lisboa a obedecer ao marquês San-Germano que de Madrid fora enviado para comandar um exército português. No início do reinado de Filipe III, ao estabelecer-se em Madrid a política centralista do Conde-duque de Olivares, o seu projecto visava a anulação da autonomia portuguesa, absorvendo por completo o reino de Portugal. Na "Instrucción sobre el gobierno de España", que o Conde-Duque de Olivares apresentou ao rei Filipe IV, em 1625, tratava-se do planeamento e da execução da fase final da sua absorção, indicando três caminhos: 1º - Realizar uma cuidadosa política de casamentos, para confundir e unificar os vassalos de Portugal e de Espanha; 2º - Ir o rei Filipe IV fazer corte temporária em Lisboa; 3º - Abandonar definitivamente a letra e o espírito dos capítulos das Cortes de Tomar (1581), que colocava na dependência do Governo autónomo de Portugal os portugueses admitidos nos cargos militares e administrativos do Reino e do Ultramar (Oriente, África e Brasil), passando estes a ser Vice-reis, Embaixadores e oficiais palatinos de Espanha. A política de casamentos seria talvez a mais difícil de concretizar, conseguindo-se ainda assim o casamento de Dona Luísa de Gusmão com o Duque de Bragança, a pensar que dele sairiam frutos de confusão e de unificação entre Portugal e Espanha. O resultado veio a ser bem o contrário. A reacção à política fiscal de Filipe IV vai tomar a dianteira no processo que conduz à Restauração de 1640. Logo em 1628, surge no Porto o "Motim das Maçarocas", contra o imposto do linho fiado. Mas vão ser as "Alterações de Évora", em Agosto de 1637, a abrir definitivamente o caminho à Revolução. Nas "Alterações de Évora", o povo da cidade deixava de obedecer aos fidalgos e desrespeitava o arcebispo. A elevação do imposto do real de água e a sua generalização a todo o Reino de Portugal, bem como o aumento das antigas sisas, fez subir a indignação geral, explodindo em protestos e violências. O contágio do seu exemplo atingiu quase de imediato Sousel e Crato; depois, as revoltas propagaram-se a Santarém, Tancos, Abrantes, Vila Viçosa, Porto, Viana do Castelo, a várias vilas do Algarve, a Bragança e à Beira. Em 7 de Junho de 1640 surgia também a revolta na Catalunha contra o centralismo do Conde-Duque de Olivares. O próprio Filipe IV manda apresentar-se em Madrid o duque de Bragança, para o acompanhar à Catalunha e cooperar no movimento de repressão a que ia proceder. O duque de Bragança recusou-se a obedecer a Filipe IV. Muitos nobres portugueses receberam semelhante convocatória, recusando-se também a obedecer a Madrid. Sob o poder de Filipe III, o desrespeito pelo juramento de Tomar (1581) tinha-se tornado insuportável: nomeados nobres espanhóis para lugares de chefia militar em Portugal; feito o arrolamento militar para guerra da Catalunha; lançados novos impostos sem a autorização das Cortes. Isto enquanto a população empobrecia; os burgueses estavam afectados nos seus interesses comerciais; e o Império Português era ameaçado por ingleses e holandeses perante a impotência ou desinteresse da coroa filipina. Portugal achava-se envolvido nas controvérsias europeias que a coroa filipina estava a atravessar, com muitos riscos para a manutenção dos territórios coloniais, com grandes perdas para os ingleses e, principalmente, para os holandeses em África (São Jorge da Mina, 1637), no Oriente (Ormuz, em 1622 e o Japão, em 1639) e fundamentalmente no Brasil (Salvador, Bahia, em 1624; Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Sergipe desde 1630). Em 12 de Outubro, em casa de D. Antão de Almada, reuniram-se D. Miguel de Almeida, Francisco de Melo e seu irmão Jorge de Melo, Pedro de Mendonça Furtado, António de Saldanha e João Pinto Ribeiro. Decidiu-se então ir chamar o Duque de Bragança a Vila Viçosa para que este assumisse o seu dever de defesa da autonomia portuguesa, assumindo o Ceptro e a Coroa de Portugal. No dia 1 de Dezembro de 1640, eclodiu por fim em Lisboa a revolta, imediatamente apoiada por muitas comunidades urbanas e concelhos rurais de todo o país, levando à instauração da Casa de Bragança no trono de Portugal. Guerra da Restauração: Finalmente, um sentimento profundo de autonomia estava a crescer e foi consumado na revolta de 1640, na qual foi aclamado o Duque de Bragança como Rei de Portugal, com o título de D. João IV (1640-1656), dando início à quarta Dinastia – Dinastia de Bragança. O esforço nacional foi mantido durante vinte e oito anos, com o qual foi possível suster as sucessivas tentativas de invasão dos exércitos de Filipe III e vencê-los nas mais importantes batalhas, assinando o tratado de paz definitivo em 1668. Esses anos foram bem sucedidos devido à conjugação de diversas vertentes como a coincidência das revoltas na Catalunha, os esforços diplomáticos da Inglaterra, França, Holanda e Roma, a reorganização do exército português, a reconstrução de fortalezas e a consolidação política e administrativa. Paralelamente, as tropas portuguesas conseguiram expulsar os holandeses do Brasil, como também de Angola e de São Tomé e Príncipe (1641-1654), restabelecendo o poder atlântico português. No entanto, as perdas no Oriente tornaram-se irreversíveis e Ceuta ficaria na posse dos Habsburgo. Devido a estarem indisponíveis as mercadorias indianas, Portugal passou a só obter lucro com a cana-de-açúcar do Brasil" (Fonte: Wikipédia, a enciclopédia livre).

domingo, 23 de novembro de 2008

Unidade Monárquica. Mais unidade.

Parece-me evidente que a Unidade é fundamental para o Movimento Monárquico Português. Mas Unidade com participação e visibilidade. Nesta altura do ano, e bem, reunimos simbolicamente e em memória daqueles nobres e genuínos portugueses que protagonizaram a restauração de Portugal em 1640. Para aqueles que não são bem portugueses, recordamos que se trata da Restauração da Independência de Portugal. Nunca é demais sublinhar já que, não creio, o actual regime clandestino que temos recorde nas escolas esse memorável e patriótico momento da vida portuguesa. São louváveis e respeitáveis estas acções que congregam militantes e simpatizantes da Causa Real, quais conjurados por Portugal. Mas permito-me observar que, por excesso de involuntário formalismo, o formato destas acções possa desincentivar muitos monárquicos a nelas participar...sobretudo os jovens e os descontraídos...Se pretendemos unidade, então queremos reunir a todos, sem excepção. Não corramos o risco de confundir pompa com dignidade. Pois interessa mais uma unidade simples e digna que uma pompa de cariz côr-de-rosa. O movimento deve ser nacional, agregador, pujante, visível e significativo. É esse movimento que poderá restaurar Portugal. Lembremo-nos que os jovens são o futuro e é nossa responsabilidade envolvê-los no movimento. Vamo-nos juntar, todos, em torno de S.A.R. o senhor Dom Duarte, Duque de Bragança, e Restaurar Portugal!

domingo, 9 de novembro de 2008

O Segredo.

O segredo. O código do segredo. O segredo secreto. A fórmula. O códex. A fórmula do códex e o códex secreto. A fórmula secreta do códex. O segredo do segredo: Teremos despertado assim, subitamente, para uma dimensão de mistério? De divino? De ténue e sublime oculto? Por outro lado, será que estamos enrolados apenas numa rede puramente comercial que, estimulando a curiosidade do homem, vende a "ideia" de Deus e os desígnios de Deus para o mundo?...Será genuína esta fonte inspiradora, e será ela inspiradora, que debita, nesta pontual vaga comercial, páginas e páginas de mistério e o desvendar do mais secreto do oculto? Será plausível falarmos de uma exploração de uma curiosidade fútil? Poderemos nós concluir que o sucesso destas publicações radica na total ausência da cultura e do culto espiritual do homem moderno e da sociedade fria, materialista e mundana que este criou? Indiciará este sucesso, simultaneamente, a sede espiritual do homem? Como explicar a ausência da exteriorização desta nova procura interna humana? Não deveria esta nova leitura ter consequências visíveis no comportamento humano? Como definir a fronteira entre a idoneidade do autor, de um conteúdo desta natureza, da sua ética e, sobretudo, dos seus propósitos, com a respectiva massiva produção literária a que temos assistido? Será que o homem tenta agora procurar viver tão intensamente a interioridade como tem procurado um centro comercial? De que estaremos à procura: de uma satisfação de curiosidade ou da verdadeira felicidade? Para reflectir ou para comprar? Será que teremos em breve "O segredo do segredo do segredo"?...

domingo, 26 de outubro de 2008

Palace Hotel da Curia: RESTAURADO!

O Palace Hotel da Curia estará sempre associado à minha feliz infância. Na altura de menino não seria, seguramente, necessário um edifício assim, que me induzisse ao sonho e à fantasia, considerando que, assim é, de essência, a própria infância. Mas hoje, já adulto, este Palace mantém a máquina do tempo, e transporta-nos a anos luz. Há uns anos, eu e o meu querido irmão fazíamos campanha para aqui passarmos umas divertidas horas, a saltar da prancha dos 5 metros, na piscina do hotel. Ao fundo, a sua magnífica fachada Art Nouveau. Dos 5 metros também se avistavam as densas vinhas e do seu perfume sentiam-se os taninos...A piscina, em forma de navio, recordava o glamour de Titanic e, assim, os charmosos anos 20. O Hotel data dessa altura. É emblemático dessa altura. Fechou em 2004 e reabriu em Junho de 2008. Felizmente, houve a iniciativa de o restaurar e, não menos importante, com um projecto respeitador da identidade do Hotel. Isto seria fundamental para o seu sucesso comercial e institucional. Hoje, o Palace conta com mais valias e mais serviços. O mesmo glamour, com mais facilidades e com mais conforto. Os dias que correm, sabemos, são difíceis para todas as áreas de investimento e de negócio e, por isso, queira Deus, o mercado salve e preserve mais este monumento imaginário e, simultaneamente, real, que enche de orgulho a terra e o nobre povo de Bairrada, e de prestígio, o Património Arquitectónico Português. Leitão, Espumante, Natureza, SPA e Cultura: não sei o que se poderá querer mais...(Foto Mário Neves 26.10.2008)

sábado, 11 de outubro de 2008

Meus caros Aveirenses, quem me dá alguns afloramentos sobre esta fonte em Esgueira?...Parece-me ter inscrito a data de 1692 (?). Será, portanto, do tempo de D. Pedro II...estarei errado?...

sábado, 4 de outubro de 2008

5 Outubro 08: aniversário da IMPOSIÇÃO DA REPÚBLICA...

Enquanto houver um monárquico, haverá Portugal! E lembrará sempre, a viva voz, a verdade histórica! Neste dia 5 de Outubro de 2008, não festejo senão o aniversário de Portugal. Celebramos, ainda que sem motivos, 865 anos de existência. Estamos muito longe daquilo que era o projecto "Portugal". E pior: ninguém escolheu este caminho. Aquilo que os republicanos denominam de Implantação é, na verdade, Imposição. É isto que eles festejam e chamam de 5 de Outubro: A IMPOSIÇÃO DA REPÚBLICA. E é tal o desprezo da república pela Pátria, que ousa assaltar a data da fundação de Portugal! A 5 de Outubro de 1143 nascia Portugal. Esta é a data que festejamos e que queremos festejar, na esperança que Portugal seja devolvido aos Portugueses para, em verdadeira democracia participativa, possamos retomar um projecto de properidade, de crescimento, de desenvolvimento, de harmonia e de paz social. Viva a Monarquia Portuguesa! Viva S.A.R. o senhor D. Duarte! Viva Portugal!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Edifício Mário Belmonte Pessoa RESTAURADO!

Desde, praticamente, a minha praxe académica que convivi com a Casa a que me habituei a chamar de Major Pessoa. Com o meu ingresso no ISCIA, mesmo ali ao lado, em 1993, era diária a minha passagem pela casa. Mesmo abandonada e com o péssimo aspecto que tinha, era bela... agora, imagine-se: restaurada! Na primeira oportunidade, peguei no meu filho e fui ver..."Por muitos considerado o exemplo maior do movimento Arte Nova em Aveiro, a Casa de Mário Belmonte Pessoa, um proprietário e negociante natural de Espinho, está hoje classificada como Imóvel de Interesse Público. É propriedade da Autarquia que nela pretende instalar um centro interpretativo da corrente arquitectónica/artística que marcou os alvores do séc. XX e que em Aveiro ganhou uma certa especificidade. Difícil aqui é realçar um dos seus pormenores já que a profusão decorativa (flores, animais e formas curvilíneas estilizadas), quer ao nível das cantarias, quer da azulejaria ou da serralharia artística, faz das suas fachadas um reflexo de ritmo e vivacidade. O projecto, concluído em 1909, está atribuído a Silva Rocha que aqui terá contado com a colaboração do colega e amigo Ernesto Korrodi. As cantarias são oriundas da oficina de João Augusto Machado e a serralharia elaborada por Lourenço de Almeida. Já alguns dos painéis azulejares são da Fábrica da Fonte Nova, assinados por Licínio Pinto e datados de 1907. No interior realça-se a escadaria de ferro forjado, em espiral, que conduz ao piso intermédio, bem como os panos de azulejo que revestem, até meia parede (lambril), as salas do rés-do-chão. No pátio, para além do miradouro sobranceiro à Praça do Peixe destacam-se, desenhados na pedra da calçada à portuguesa, os nomes dos quatro filhos do proprietário."(Fonte CM de Aveiro/Divisão de Museus e Património Histórico). Achei curiosa a ordenação do espaço interior com uma parede a escassos dois metros das janelas, criando ali um pequeno espaço de chá e de leitura, com uma privilegiada vista sobre o Rossio. Naquela tarde, podiam-se avistar dezenas de moliceiros, plenos de turistas, a entrar e a sair do canal central...faltava apenas, de facto, um chá e um textinho de Almada ou de Pessoa...

domingo, 31 de agosto de 2008

Portugal não é isto.

Os meus filhos devem achar-me louco. A imagem que eu lhes transmito de Portugal contrasta completamente com a realidade transmitida pelos media. E isto mostra o quanto se esconde Portugal e o quanto se desvia do substancial, do importante, do relevante. Mas eu recuso este Portugal. Porque Portugal, na verdade, não é isto. É isto que eu digo aos meus filhos. Portugal não é o que temos e nos querem dar. A escola actual ensina, mas não educa. Informa, mas não entusiasma. Debita quilos de massa escrita, mas não faz sonhar. Porque Portugal está amorfo, triste, desalmado, falhado. Felizmente, eu não me demito da função de educador e de formador. Aquilo que transmito aos meus filhos é um Portugal pioneiro, destemido, glorioso. E suscito neles o orgulho Pátrio e o privilégio de se sentirem Portugueses. E essa faculdade é um rasgo de sorte. Nesse sentido, eu não tenho outra hipótese senão recorrer ao passado. Eles crescem entre um Portugal fútil sustentado pelos media e um Portugal fantástico, sustentado pelos pais. Mas Portugal é um só. Esse que desejamos ser devolvido aos Portugueses. Pais e educadores deste País, não nos resta outra solução que formarmos nós próprios os nossos filhos. Se queremos uma educação de valor. Se queremos formar uma Nação próspera e segura no mundo globalizado. Por todas as vias visíveis a sociedade contemporânea portuguesa é uma vergonha. É um péssimo espaço para o crescimento e aculturação de uma criança. A televisão portuguesa é um exemplo notável: na mesma hora, enquanto em França divulgam um programa de história militar medieval para um segmento jovem, em Portugal passa, nessa hora, e nas intermináveis horas seguintes, o maior fenómeno da cultura portuguesa actual: Cristiano Ronaldo. Como é que é possível passarmos meses a fio, a sermos bombardeados, diariamente, pela comunicação social, transmitindo este Sr. e as suas namoradas?! Passamos horas nas tertúlias cor-de-rosa a questionar porque é que o Sr. Cláudio Ramos ainda não foi visto na Praia este verão, ou a debater o beijo que o Herman deu na boca de não sei quem, e as sucessivas separações da Elsa Raposo, e os vestidos de gala das Tias de Lisboa, as traições, as mentiras, os amantes, etc. No lugar de constituir um agente formador e transmissor do legado histórico, cultural e social, na generalidade, a televisão portuguesa é um espaço de atraso, de futilidade, de estupidez. A política noticiosa pretende gerir o nosso entusiasmo, dando sensacionalismo como Roma dava circo. Noticiam realidades pelo critério do tema da moda: Durante o processo Casa Pia, havia pedófilos por todo o lado, hoje não são notícia; Quando Maddie desapareceu, muitas outras desapareceram naqueles tempos…; Quando uma Professora faleceu de cancro após ter sido obrigada a trabalhar, logo outras professoras foram notícia pela mesma condição…e tudo isto é realidade. Mas a realidade é isto todos os dias, não acontece por fases! Se ao menos fosse possível atribuir o tempo de antena destas tertúlias cor-de-rosa a todas as associações culturais do País, a organizações de carácter humanitário, de acção social…sempre se faria mais por Portugal. E não me venham dizer que as pessoas precisam de lazer, pois lazer não é futilidade, não é tempo perdido. Não será possível ter lazer na televisão com alguma qualidade intelectual? Pelo seu lado, os programas infantis, na sua maior parte, estimulam a violência e não a imaginação e a fantasia. Tudo serve para destruir e para conquistar o mundo…Os nossos governantes subestimam o poder sociológico da televisão…sob o ponto de vista normativo do comportamento social. Será necessário lembrar que o governo brasileiro interferiu no guião de algumas novelas? E não confundamos com censura. A realidade televisiva pode mesmo ser altamente nociva. Gostaria que tanto a televisão como a escola, transmitissem aos meus filhos o que realmente importa e o que realmente os forma como dignas pessoas humanas, respeitadoras, trabalhadoras em prol do bem-estar comum. Mas não como o fazem agora em Portugal. Formam cada um por si, fugindo como se pode às responsabilidades nacionais, cuspindo para o chão, sem quaisquer referências do que foi Portugal no passado, sem saber de onde vimos e sem saber para onde vamos; são cúmplices de um País onde apenas se fala de futebol, onde a notoriedade é medida pela quantidade de vezes que se aparece, mesmo quando não faça nada pelo País e pelos outros; um País onde os muralhas que o guardaram servem muitas vezes de casa de banho, vergonhosamente desrespeitador dos nossos antepassados; hoje forma-se um povo gordo, de cerveja e de bola, de praia ao Domingo, sem leitura, sem modos, sem nada. Haja vinho e pão sobre a mesa. E o País que se aguente. É, aliás, isto que temos para pôr em cima do bolo dos 100 anos da ilegítima república portuguesa: analfabetismo; futilidade; mediocridade, precariedade. Ignorância. E o pior de tudo: desinteresse generalizado. A Família tem um papel fundamental na formação dos filhos, se quisermos que passe a Portugalidade. De outra forma, ela não passará. Eu gostaria que os meus filhos não vivessem dois Países, mas um: Portugal. Mas Portugal não é isto. Onde, então, entusiasmar e envolver os meus filhos no projecto Portugal? Eu sei e trabalho para conseguirmos esse caminho…

Touros ao Rossio!

Vejam-me esta relíquia. Uma fotografia tirada em 1874, ainda do tempo de Portugal, durante um espectáculo tauromáquico realizado na praça de touros de Aveiro, situada no Largo do Rossio. Hoje, o Rossio é um agradável espaço verde e a praça de touros já não existe...admito que a ria e as salinas contrastariam um pouco com os touros e os cavalos, mas para um aveirense de gema e, simultaneamente, cheio de aficción, uma praça de touros ali ao Rossio seria sopa no mel, não?
(Foto Henrique Ramos)

sábado, 16 de agosto de 2008

Reabriu a Sé de Aveiro.

Nós somos as pedras que verdadeiramente necessitam de constante restauro. Mas sem prejuízo de cuidarmos daquelas que edificam, materialmente, a Casa do Senhor. Reabriu a Catedral de Aveiro, após cerca de quatro meses de obras. E eu fui lá ver. É sempre altamente gratificante verificar preservado o nosso património..."A Diocese de Aveiro, sufragânea da Arquidiocese de Braga, foi criada pelo papa Clemente XIV, mediante o breve Militantis Ecclesiae gubernacula, de 12-04-1774, a pedido do monarca D. José I, abrangendo uma área destacada do território da Diocese de Coimbra; em 24-03-1775 deu-se execução ao documento pontifício. O rei ficou com o direito de padroado. A catedral foi instalada na igreja da Misericórdia e, mais tarde, em 1830, na igreja que fora do extinto Recolhimento de S. Bernardino. Nas suas primeiras seis décadas, teve apenas três bispos. Em 01-04-1845, após alguns anos de certa confusão canónica no governo eclesiástico, o arcebispo de Braga foi também constituído no cargo de administrador apostólico da Diocese, para a qual nomeou sucessivamente vigários gerais ou governadores - o que aconteceu até à sua extinção pela bula do papa Leão XIII Gravissimum Christi Ecclesiam regendi et gubernandi munus, de 30-09-1881, executada em 04-09-1882. Pela bula Omnium Ecclesiarum, de 24-08-1938, o papa Pio XI restaurou-a, dando-lhe novos limites, com oitenta e duas freguesias de dez concelhos, desmembrados das Dioceses de Coimbra (Águeda, Anadia, Aveiro, Ílhavo, Oliveira do Bairro e Vagos), do Porto (Albergaria-a-Velha, Estarreja e Murtosa) e de Viseu (Sever do Vouga); foi então elevada a catedral a secular igreja do extinto Convento de S. Domingos e matriz da Paróquia de Nossa Senhora da Glória. A sentença executória da restauração deu-se em 11-12-1938. Da antiga à actual Diocese. A Diocese de Aveiro, com a sede na cidade do mesmo nome, foi criada em 12-04-1774 pelo papa Clemente XIV (breve Militantis Ecclesiae gubernacula), nos termos em que lhe fora solicitado por el-rei D. José I, em 28-09-1773, a fim de se fazer uma partilha da “disforme extensão do Bispado de Coimbra”, separando-se ao norte “a comarca de Esgueira para nela constituir uma nova diocese, a que sirva de cabeça a cidade de Aveiro, constituindo a mesma comarca o território da nova diocese” (ARQUIVO DO VATICANO, Processo Consistorial nº 166, fls. 41,v-42). Esta comarca ou provedoria de Esgueira, nos finais do séc. XVIII, agrupava 71 freguesias, com mais de 20 000 fogos e cerca de 75 000 habitantes. Para executar o breve apostólico, o papa escolheu o núncio Mons. Inocêncio Conti, com o poder de subdelegar; efectivamente, presidiu ao acto o arcebispo titular de Lacedemónia e vigário geral de Lisboa, D. António Bonifácio Coelho. A cerimónia realizou-se em 24-03-1775 na igreja da Misericórdia, também elevada a catedral. Seguiram-se três bispos: 1) D. António Freire Gameiro de Sousa (1774-1799)2) D. António José Cordeiro (1801-1813) 3) D. Manuel Pacheco de Resende (1815-1837)4) Dr. António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva (nomeado pelo Governo Português, mas não confirmado pelo Vaticano)Por decreto de 26-02-1840, o Governo de D. Maria II ainda nomeou e apresentou ao papa o beneditino portuense Dr. António de Santo Ilídio da Fonseca e Silva para prelado de Aveiro, o qual, sem esperar a confirmação pontifícia - que nunca obteve - entrou na posse da diocese, em 18.10.1840. Como tal situação anti-canónica se arrastasse, a Santa Sé em 01-04-1845 (breve Cum Episcopatus) nomeou o arcebispo de Braga também administrador apostólico de Aveiro; a partir de então, vigários gerais ou governadores do bispado, designados sucessivamente pelo metropolita primaz, sustentaram aqui o governo eclesiástico. Apesar de alguns esforços contrários, apressou-se o enfraquecimento da diocese e acelerou-se o processo da sua extinção - este enquadrado no plano dos governos liberais em reduzir o número dos bispados no Continente. Ao cabo de longas negociações, o papa Leão XIII subscreveu a bula Gravissimum Christi Ecclesiarum regendi et gubernandi munus, de 30.09.1881, com que suprimiu as dioceses de Aveiro, Castelo Branco, Elvas, Leiria e Pinhel. A execução da bula foi confiada ao cardeal-bispo do Porto, D. Américo Ferreira dos Santos Silva, que, em 04.09.1882, assinou a respectiva sentença. O rio Vouga ficou sendo o limite geográfico entre as Dioceses de Coimbra e do Porto, salvo excepções de lugares de freguesia; a paróquia das Talhadas, no concelho de Sever do Vouga, foi transferida para a Diocese de Viseu. Restauração da Diocese. Não se conformaram muitos aveirenses com a supressão da diocese; assim, quase imediatamente, principiou um movimento em ordem à sua restauração, que mais se acentuou a partir de 1924. Após porfiados trabalhos e generosas dedicações, em que se destacou o aveirense D. João Evangelista de Lima Vidal, a diocese acabaria por ser reconstituída, com novos limites, pelo papa Pio XI, (bula Omnium Ecclesiarum, de 24-08-1938, executada em 11-12-1938); a igreja citadina de Nª Senhora da Glória que, desde 1423 até 1834, fez parte do conve. nto dos padres dominicanos, foi elevada à categoria de catedral. Desde então teve os seguintes bispos: 1) D. João Evangelista de Lima Vidal (1940-1958)2) D. Domingos da Apresentação Fernandes (1958-1962)3) D. Manuel de Almeida Trindade (1962-1988)4) D. António Baltasar Marcelino (1988-2006)5) D. António Francisco dos Santos (2006 -)." Fonte: Anuário da Diocese de Aveiro e Museu S.Pedro da Palhaça.

sábado, 2 de agosto de 2008

Deus nas mais pequenas coisas.

A ideia de falar ou de escrever sobre Deus constrange-me sempre um pouco. Um pouco muito. Mas é corrente pensar sobre Deus. Diariamente. Ou por uma questão de beleza, de natureza, de maldade, de violência, de necessidade, de justiça, de vida ou de morte, de correcção ou incorrecção. Enfim, Deus encontra-se em tudo na vida, quando pensamos ou quando agimos. É um padrão omnipresente que regula, ou melhor, que se apresenta como regulador, da nossa conduta de vida. Antes regulasse automaticamente. Pois a diculdade da vida é, precisamente, viver em Deus. Há muito que penso em Deus. E em Jesus Cristo. Humanamente. Com a limitação que tenho em ser humano, com toda a dúvida e insegurança que lhes estão associadas. Vejo Deus em muitas coisas. Nas maravilhosas, em como Deus as torna assim. E nas menos felizes, que me levam a pensar no nosso livre arbítrio, ou no livre arbítrio da vida. A capacidade de aceitação das nossas vicissitudes não nos deixa outra hipótese senão acreditarmos que temos um Pai, e que Ele olha por nós. É neste sentido que Deus nos é indispensável. É o que nos dá sentido à vida. Mas Deus está nas mais pequenas coisas. E são as pequenas coisas suficientes para a nossa sobrevivência nesta etapa terrena. Haja a nossa humildade e contenção. E aceitação. E para esta etapa Deus deu-nos tudo, com excepcional luxo. Um bom exemplo disso é a fruta. Quando, num tórrido dia de sol, como um pêssego fresco, gosto de olhar para uma ávore enquanto o como. E sinto que Deus, criando a ávore, me deu aquele fruto que mata a minha sede. A natureza dá-nos o alimento. Mas mais. Deus não criou apenas o pêssego. Como que querendo agradar a todos, Deus criou centenas de frutas, para que a todos agradasse. E quem não gosta de pêssego, terá ao seu dispor outras tantas frutas que alimentam e matam a sede e a fome. E sabem fantasticamente. As frutas não custam quase nada. Se tratarmos a terra cuidadosamente, e dar-lhe o tratamento proporcional à sua dignidade de Mãe. Mãe que dá o alimento, que mata a fome e a sede. Deus dá-nos, portanto, tudo e variado. Nós é que não queremos tudo o que Deus nos dá. Porque, por arrogância, procuramos concretizar objectivos que não são de Deus, são nossos, e não são importantes. Sequer para nós. Outro problema é que nós julgamos saber o que é bom para nós. É neste contexto que eu acredito que haja uma ligação muito estreita entre Deus e a Terra. E que a Terra, por criação de Deus, poder-nos-á amar tanto quanto o próprio Deus, porque nós habitamos nela, e dela temos tudo.

sábado, 12 de julho de 2008

Que Planeamento e Arquitectura Urbanística para Portugal?



Quando, no verão de 1994, cheguei à lindíssima cidade de Bath, Inglaterra, para mais um curso de Inglês, através da maravilhosa Royal School of Languages de Aveiro, fiquei com a sensação de que tinha chegado a uma cidade de legos. E esta sensação resultou da coerência das linhas arquitectónicas de Bath, e do seu planeamento urbanístico: Quem não conhece, por exemplo, o Royal Crescent, do Séc. XVIII, de estilo Neo-Clássico Georgiano? É verdadeiramente notável. Bath é hoje visitada por milhares de turistas e é das mais belas cidades de Inglaterra. Líndissima sob todos os ângulos. De cor clara na fachada, verdíssima nos jardins e parques. Em cima, Pulteney Bridge.
Por seu lado, apresento aqui um pormenor da minha querida cidade Natal, Aveiro, no centro da cidade, aliás, exactamente, no sítio onde nasci, na antiga Casa de Saúde. Numa só perspectiva, 3 linhas arquitectónicas distintas e separadas no tempo, todas em tão poucos metros: primeiro, do lado esquerdo, um moderníssimo edifício; em frente, uma prédio antigo, de construção simples, mas de pé alto, quase apalaçado; e lá atrás, rasgando o céu de Aveiro, o famoso edifício semi-moderno da Segurança Social...Estamos afinal em que cidade? Com que planeamento? Que traça arquitectónica tem a cidade de Aveiro? Que tipicidade é que temos e que queremos? Tenhamos consciência de que o processo de desenvolvimento urbanístico se pode constituir cada vez mais irreversível...Porque é que nos orgulhamos sempre das casas riscadas da Costa Nova e fazemos precisamente o contrário em Aveiro? Mas esta minha preocupação é extensível a todas as localidades de Portugal...

domingo, 6 de julho de 2008

Capela de S. João Evangelista "salva" pelo mecenato.


"A Capela de S. João Evangelista, no Museu de Aveiro, vai ser restaurada com a ajuda da empresa Primus Vitoria, de Aradas, Aveiro. No valor de 18.550,00 euros, a ajuda surge ao abrigo do estatuto do mecenato cultural, na sequência da campanha de angariação de apoio mecenático, denominada "Seja mecenas de um grande museu: apoie o Museu de Aveiro!" levada a cabo pela instituição. Margarida Ferreira vê esta resposta da Primus Vitoria como um passo em frente no que respeita à envolvência do sector comercial na salvaguarda do património. "Esta parceria é fruto da campanha de apelo ao mecenato, mas também de uma progressiva sensibilização das pessoas para a protecção do património, que tem sido conseguida aos poucos", afirmou a directora do Museu de Aveiro ao Diário de Aveiro, confirmando a existência de outras parcerias iminentes, com vista ao restauro de peças, de colecções ou para apoio a actividades. O Museu de Aveiro conta já com os apoios dos hotéis Moliceiro e Imperial, da Margres, da C.A.C.I.A., do grupo Portucel Soporcel e, ainda, da Farbeira, Cofarbel Farcentro. Identidade com a peça. Margarida Ferreira salienta que a escolha da Primus Vitoria "faz todo o sentido", por se tratar de uma empresa do sector cerâmico, fabricante de azulejos tradicionais. "Escolheram a Capela por se identificarem com ela. Foi uma perspectiva muito interessante", comenta a responsável. O Museu de Aveiro ainda possui um número elevado de peças à espera de mecenas. "Precisamos de apoios para restaurar várias peças de colecção que vão integrar a exposição permanente no renovado Museu de Aveiro", salienta Margarida Ferreira. Algumas já foram "adoptadas", mas ainda há muitas pinturas, painéis de azulejos, altares, sacrários, túmulos, paramentos e peças de mobiliário que continuam à espera de quem os valorize e contribua para o seu restauro. Peças à espera de mecenas. Há valores para todas as bolsas, como é o caso de uma pintura de Santa Joana (óleo sobre folha metálica), cujo restauro está orçamentado em 190 euros, e que, após intervenção, vai integrar a "Sala I" da exposição permanente, relativa à Iconografia da Princesa Santa Joana. O antigo Convento de Jesus, actual Museu, está a ser objecto de obras de ampliação e requalificação, no valor de cinco milhões de euros. Além da reabilitação do edifício as obras compreendem a criação de novos serviços, nomeadamente, biblioteca, auditório, cafetaria, laboratórios de conservação e restauro, reservas, serviços educativos e gabinetes. A sua reabertura está prevista para finais de este ano. Capela tem estado encerrada ao público. A Capela de S. João Evangelista situa-se na ala norte do claustro e não tem estado acessível à visitas do público devido ao seu (mau) estado de conservação. Aliás, as paredes tiveram que ser revestidas a tecido para evitar a queda de peças. Esta capela seiscentista tem como ponto original o facto de ser revestida, na sua totalidade, a azulejo, do século XVII. O pavimento apresenta uma excelente composição livre, que aproveita de maneira original o padrão e a barra envolvente das paredes, associados a um xadrez verde e branco. É de autor desconhecido, tem 2,70 metros de altura, 3 metros de largura e 5 de profundidade. (Diário Regional de Aveiro, 3 Julho de 2008). É com profunda admiração e respeito que encaro este exemplo de mecenato, que é coragem, responsabilidade social e cidadania empresarial, que leva à conservação do nosso tão querido Património Arquitectónico português. E o de Aveiro, que é tão rico e tão delicado. Daí a necessidade premente de contínuas acções que sensibilizem particulares e pessoas colectivas a colaborar na conservação do nosso Património. Já que o Estado se demite dessa função! Muito obrigado, PRIMUS VITORIA!

terça-feira, 17 de junho de 2008

I Feira do Cavalo da Bairrada.

"A I Feira do Cavalo vai decorrer de 5 a 13 de Julho, no espaço Inovação, em Oliveira do Bairro. Vai contar com espectáculos desportivos e cénicos e poderá ser visitada todos os dias, das 9 às 24 horas. A Feira do Cavalo, organizada pela Câmara Municipal, pretende ser promovida a nível nacional e fará Oliveira do Bairro entrar no circuito de feiras deste género. A organização apostou na qualidade e diversidade, fazendo parte das actividades espectáculos equestres, concursos hípicos, touradas, festivais gastronómicos, entre outros. No programa destaca-se o Grande Prémio da Cidade de Oliveira do Bairro e a Gala Equestre do Centro Equestre da Lezíria Grande com o Mestre Luís Valença, que irá apresentar os principais números do maior espectáculo equestre do mundo de entretenimento para toda a família, "La Apassionata". A Escola de Toureiros da Azambuja também estará presente, com uma demonstração que lidará com duas novilhas seguida de uma garraiada popular. Destaque ainda para a Corrida de Touros com o cartel: João Salgueiro, Ana Batista, António Brito Paes, forcados de Montemor e Caldas da Raínha e os Touros da Herdade de Camarate. A boa gastronomia estará presente, com festivais gastronómicos diários. Também a cultura local será divulgada, da música ao folclore". (Diário Regional de Aveiro, 17 de Junho de 2008). É uma grande alegria ver esta nobre e bela Bairrada a crescer, evidenciando a sua cultura, a sua gente, a sua arte. Os meus sinceros votos do maior sucesso e de profunda admiração por todos quantos trabalham por esta tão bela terra, com a qual eu cresci também apaixonado. A Curia, com a sua verdura deslumbrante, as suas termas relaxantes, as vinhas a perder de vista. O magnânimo Palace hotel, rasgando a paisagem vinhateira, verde, azul e dourada. As quintas agrícolas apalaçadas de toda a região bairradina. Sangalhos, Oliveira do Bairro, Ois do Bairro, Malaposta, Mogofores, Anadia...Que saudades dos passeios que fazia de Casal Cadima, Cantanhede, da Casa dos meus queridos Avós, a estas tão charmosas paisagens da terra do Vinho e do Leitão...

Feira da Vinha e do Vinho em Anadia.

A Feira da Vinha e do Vinho em Anadia está a decorrer até dia 22, com um vasto programa musical e de actividades paralelas. Meu caro amigo, Francisco Canelas de Melo, Excelentíssimo Presidente da Real Associação de Setúbal, aqui fica o meu convite para a sua avalizada e acreditada opinião sobre este notório crescimento da nossa muito querida Bairrada, claro está, no que concerne à sua produção de vinho...(http://www.feiradavinhaedovinho.com/). Aproveito para, aqui neste espaço de profunda Portugalidade, e de grande paixão pela Sereníssima Casa Real Portuguesa, expressar o meu sincero agradecimento e admiração pelo teu enorme empenho, disponibilidade e entrega à nossa muito queredíssima Causa Real. Continuemos Fidelíssimo Amigo, persistentes, acompanhando S.A.R., o Senhor D. Duarte, Duque de Bragança!

segunda-feira, 16 de junho de 2008

"O verdadeiro Português".

Um parafuso totalmente ferrugento pode parecer verdadeiramente inútil, mas apenas se não se precisar dele. As coisas têm o valor que nós lhes atribuímos. Se precisarmos delas, então são valiosas. É esta rica filosofia que torna interessante qualquer feira de velharias. Aqui vou centrar-me na de Aveiro, aquela que reúne ali aos Arcos…Destes à perfumada Praça do Peixe, encontramos toneladas de variedades, de todos os anos, de todas as áreas, de todos os estilos. Os vendedores não são pessoas que vivem do passado, mas que dignificam a história. Que avivam memórias, transportando os clientes muitas vezes até às tenras infância e adolescência. Numa bancada, cegava radiante um cinzeiro com as Armas Reais de Portugal. Não há nada mais distinto. A proprietária e vendedora parecia-me ser de uma visível humildade. Não diria que fosse uma conservadora, muito menos uma especialista ou avaliadora de antiguidades. Mas, ao interpelá-la, foi de uma surpreendente objectividade na definição do potencial cliente: “Este é para o verdadeiro Português”. É curioso como esta noção de que apenas a Monarquia confere a dignidade da Portugalidade (e o privilégio de ser Português) está enraizada na concepção de todas as pessoas…de todas as instruções...
Eu sou amigo da pessoa, não sou inimigo das vicissitudes que tem na vida.
O povo é na sua continuidade.

quinta-feira, 12 de junho de 2008

A euforia vem afinal da UEFA.

Esta bandeira que agora se estende nas varandas, de norte a sul de Portugal, é, afinal, a bandeira da república ou a bandeira do futebol?

Concerto de J.S. Bach no Museu de Aveiro.

O DIRECTOR DO INSTITUTO PORTUGUÊS DOS MUSEUS E DA CONSERVAÇÃO, IP, A DIRECTORA DO MUSEU DE AVEIRO E O DIRECTOR ARTÍSTICO DO CICLO MÚSICA NO MUSEU DE AVEIRO CONVIDAM V.as Ex.as A ESTAREM PRESENTES NO CONCERTO J.S.BACH E SEUS CONTEMPORÂNEOS QUE TERÁ LUGAR NO MUSEU DE AVEIRO, NO DIA 14 DE JUNHO, PELAS 16H.

DUO
KRISTINA AUGUSTIN (viola da Gamba)
&
MÁRIO TRILHA (cravo)

PROGRAMA

UM MESTRE - Dietrich Buxtehude (1637-1707)
Sonata em Ré maior para viola da gamba e baixo contínuo
UM AMIGO - G. Ph. Telemann (1681-1767)
Sonata em La menor para viola da gamba e baixo contínuo
Largo - Allegro - Soave – Allegro
EXTRAORDINÁRIO COMPOSITOR - J. S. Bach (1685–1750)
Fantasia cromática e fuga BWV 903
Sonata em Sol maior BWV 1027 para viola da gamba e cravo
Adagio - Allegro ma non tanto – Andante - Allegro moderato
UM ALUNO - Carl Friedrich Abel (1723-1787)
Sonata em Sol Maior para viola da gamba e baixo contínuo
Moderato – cantabile - Vivace

terça-feira, 10 de junho de 2008

Euro 2008 - Portugal, Nova Roma...

Numa altura em que, numa histeria nacional, todos torcem por quem já tem tudo (pelo menos materialmente), o meu pensamento e a minha solidariedade vão para os que, por estes dias, estão nos piquetes de greve, defendendo os seus postos de trabalho e a sua viabilidade. Para pôr comida quente em cima da mesa. Queira o governo da república saber que não é a futilidade da bola, tão promovida pelos meios de comunicação social, que me afasta da preocupação por Portugal. Pelos trabalhadores e pelas suas famílias. Este não pode ser um periodo de estado de graça para um governo que deixa Portugal como o encontrou. Pior na moralidade. Fosse igual o entusiasmo do Povo Português pelo desenvolvimento da Nação e pela cidadania como o entusiasmo pela bola. Que tristeza. Triste Povo contente com a bola e a cerveja, embriagado para esquecer o saque que passivamente vai permitindo. Triste Portugal, qual Nova Roma.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

O MOSTRENGO



"O mostrengo que está no fim do mar
Na noite de breu ergueu-se a voar;
À roda da nau voou trez vezes,
Voou trez vezes a chiar,
E disse: «Quem é que ousou entrar
Nas minhas cavernas que não desvendo,
Meus tectos negros do fim do mundo?»
E o homem do leme disse, tremendo:
«El-rei D. João Segundo!»

«De quem são as velas onde me roço?
De quem as quilhas que vejo e ouço?»
Disse o mostrengo, e rodou trez vezes,
Trez vezes rodou immundo e grosso.
«Quem vem poder o que só eu posso,
Que moro onde nunca ninguém me visse
E escorro os medos do mar sem fundo?»
E o homem do leme tremeu, e disse:
«El-rei D. João Segundo!»

Trez vezes do leme as mãos ergueu,
Trez vezes ao leme as reprendeu,
E disse no fim de tremer trez vezes:
«Aqui ao leme sou mais do que eu:
Sou um povo que quere o mar que é teu;
E mais que o mostrengo, que me a alma teme
E roda nas trevas do fim do mundo,
Manda a vontade, que me ata ao leme,
D' El-rei D. João Segundo!»"


"O Mostrengo", integrado na Mensagem de Fernando Pessoa, penso ser emblemático da Coragem Portuguesa e da força da Lealdade ao seu senhor, seu Rei. A força brutal, invencível da fibra portuguesa, à descoberta do mundo, de outros povos e de outras culturas. Indiferente às certas adversidades, implacáveis do infindável e temido Mar. Tremendo, mas fidelíssimo. Por isso, determinado. Incontornável. Incorruptível. Português. A fibra que fez Portugal e o seu Reino e Império. Levando a Cruz de Cristo pelo mundo fora. Como não ficar arrepiado por este singular rasgo de Patriotismo? Que ousou assinar o nome de Portugal numa folha tortuosa e temível...Penso que mais que a leitura deste precioso texto, recordando Pessoa, é elogiá-lo, seguindo o exemplo do Homem do leme. Seguindo o seu Rei. Elevando o nome de Portugal!

domingo, 25 de maio de 2008

Razões de ser Monárquico.

1. De natureza política - o Rei é supra partidário – condição fundamental (única) para arbitragem dos Partidos ou forças políticas, e de toda a esfera política, deste modo, garantindo o interesse nacional. O Rei é, portanto, livre, não estando penhorado pelo seu passado político-partidário; 2. De natureza histórica – a Chefia de Estado sendo efectuada por descendência confere uma linha de continuidade histórica à Nação. Neste sentido, incrementa e mantém o sentimento de pertença, tanto do Chefe de Estado como do Povo; 3. De competência - o Rei tem uma formação específica para o cargo desde muito cedo, incomparável à formação arbitrária ou casual de um candidato presidencial; a formação é, desde o início, totalmente vocacionada para o exercício da Chefia do Estado; 4. De natureza Comunicacional/Institucional - a permanência no cargo de Chefe de Estado confere ao Rei uma notoriedade inigualável. Isto permite uma maior projecção da imagem do País em todo o mundo; 5. De natureza ética e moral – o Rei é o garante da preservação dos valores morais da Nação, permitindo a coesão e harmonia sociais; 6. De natureza patrimonial cultural – tendo uma profunda comunhão histórica, a Monarquia tem uma especial preocupação pelo património arquitectónico e cultural, tendo sempre presente uma política de conservação do mesmo, perspectivando-o como legado cultural e agente formador da cultura nacional. 7. De natureza sentimental/emocional - O orgulho nacional constitui uma força anímica com efeitos muito surpreendentes, apenas sustentado por uma Monarquia; 8. É o único regime que faculta ao Estado a religião Católica Apostólica Romana; o Regime monárquico prevê, contudo, a liberdade religiosa individual dos cidadãos; 9. De natureza diplomática – numa visita oficial a outro País, o Rei é uma figura nacional isenta não criando a possibilidade de colisão ideológica e política com a realidade política do País que visita; 10. Sustentabilidade da Paz – eventuais casamentos entre Casas Reais são autênticos pilares da Paz, que atenuam ou eliminam sentimentos de adversidades nacionais; 11. Despesa da Chefia do Estado - A Monarquia pesa menos no Orçamento de Estado que a república. Na Monarquia não existem Chefes de Estado de 4 em 4 anos com as consequentes pensões vitalícias de reforma. Além disso, a Casa Real tem a fatia orçamental que o Parlamento decidir; 12. Carisma – o carisma é uma particularidade subjectiva, inconcreta e imaterial, mais vezes associada a elementos das Casas Reais; 13. Positividade - Ao contrário do republicano, ser monárquico é um sentimento positivo. O republicano não é muitas vezes republicano mas antimonárquico ou seja, “eu não posso ser Rei, portanto, ninguém poderá ser…”. O monárquico aceita o Rei, pela sua naturalidade e a Nação como Família; 14. Plenitude de legitimação – a aclamação do Rei é uma manifestação de comunhão geral da natureza política.

quinta-feira, 22 de maio de 2008

"O REGICÍDIO DE 1908 - UMA LENTA AGONIA DA HISTÓRIA", da autoria do Professor Doutor Aníbal Pinto de Castro.

A LIVRARIA CIVILIZAÇÃO EDITORA e a REAL ASSOCIAÇÃO DE COIMBRA têm o prazer de convidar V.Exª. e Família para a apresentação do livro "O REGICÍDIO DE 1908 - UMA LENTA AGONIA DA HISTÓRIA", da autoria do Professor Doutor Aníbal Pinto de Castro, que irá realizar-se na próxima terça-feira, dia 27 de Maio, às 18 horas, na Livraria Coimbra Editora, à Rua Ferreira Borges, em Coimbra (Telefone 239 835 028). O livro será apresentado pelo Professor Doutor José Carlos Seabra Pereira. COMPARECE! DIVULGA! Pela REAL ASSOCIAÇÃO DE COIMBRA - Joaquim Costa e Nora - Nota: se não puder estar presente na sessão de apresentação e pretender adquirir exemplares da obra, deverá contactar a Livraria Civilização Editora através do telefone nº. 800 202 805 (grátis).

segunda-feira, 19 de maio de 2008

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro em exposição na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra.

Na quarta-feira, dia 21 de Maio, pelas 18 horas, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, será inaugurada a exposição "A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro". A exposição estará patente na Sala de S. Pedro até 14 de Junho, cumprindo em Coimbra a primeira etapa de um circuito de itinerância pela Península Ibérica. Esta exposição está integrada no programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro e resulta de uma parceria entre a Biblioteca Geral, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, a Administração do Porto de Aveiro e a Câmara Municipal de Aveiro. (www.uc.pt).

Maçonaria quer integrar celebrações da república.

A maçonaria portuguesa parece pretender assegurar um lugar na comissão organizadora do ilegítimo centenário da república....mas, sinceramente, há razões para isto? Analfabetismo, corrupção, clientelismo, saque do património público: é isto que a maçonaria pretende comemorar? Dispenso-me de aqui desenvolver o então previsto incentivo de reforma legislativa...

quinta-feira, 15 de maio de 2008

Democracia Portuguesa é das piores da Europa...

Segundo a Demos, uma estudiosa organização não governamental britânica, Portugal tem das piores democracias da Europa (DN de 4 de Maio)...uma avaliação que deverá inspirar a república portuguesa para o seu ilegítimo centenário em 2010...nós monárquicos há muito que reparámos nisto e há muito que alertamos para o mesmo...como, repetidamente, gosto de dizer: nós monárquicos não temos argumentos, temos factos. E eles aqui estão, de novo, não encomendados, senão vejamos: dos 6 primeiros Estados (de 25), apenas 1 não é uma monarquia. Praticamente todas as Monarquias estão no topo da tabela e, no fim da mesma, está aquele que um dia foi Glória: Portugal. Sendo certo que a Democracia é, fundamentalmente, cidadania, penso podermos concluir que não há em Portugal uma paixão nacional, pelo contrário, há descrédito e um sentimento de indiferença em relação ao Estado, com todas as instuições que o compõem (Governo, Assembleia da República, Tribunais, etc). Um sentimento de indiferença pelo País, de descrédito pela classe política. Por outro lado, não raro, temos a diplomacia da falar mal de nós mesmos. E a consequência aí está. Uma Nação desapaixonada, sem rumo, desinteressante...Reconheçamos que a república não consegue cativar, não envolve, não entusiasma. Assemelha-se mais a uma gestão numérica de pessoas, uma fria forma de organização política da sociedade, sem côr, sem sumo, sem História....Com efeito, é objectivo de um regime político não só organizar, mas orientar, politicamente, mas também espiritualmente, socialmente, culturalmente. A criação e gestão desta energia, verdadeiramente motora da Nação, é que gera a cidadania, isto é, a participação de cada um e de todos no devir comum. E nisto a república falhou...

Sócrates fuma no avião: E agora?

No dia em que se torna público o abrandamento da economia portuguesa, e não foi só hoje, mas ontem também, a comunicação social noticia com estatuto de destaque o facto de o Sr. Primeiro-Ministro ter fumado num avião no âmbito da visita à Venezuela...noticiário atrás de noticiário...eis a hierarquia de valores e de preocupações que determina à comunicação social a política noticiosa....na vez de este facto, assim tão vital à Nação, ser debatido nas tertúlias cor-de-rosa, o melhor que se entendeu foi ocupar mesmo o horário nobre...sem comentários...

terça-feira, 13 de maio de 2008

Nossa Senhora, Nossa querida Mãe!


Nossa Senhora, nossa querida Mãe, na Vossa aparição aos Pastorinhos,
Sabemos interpretar o Vosso convite à plena humildade e submissão à vontade de Deus.
E sabemos tão bem que é esse o nosso maior desvio: a indiferença perante um Deus de Amor e de Paz. Único caminho de Vida!
Como uma Mãe que ama os seus filhos, em Fátima unistes todas as Línguas; No mundo, a Humanidade.
Nossa Senhora, nossa querida Mãe: perdoai-nos a arrogância de nos substituirmos a Deus
e dai-nos sinais que reforcem a nossa parca Fé!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

A solução para Portugal é amar Portugal.



O senhor D. Duarte tem repetidamente referido a necessidade de um raciocínio lógico no comportamento dos portugueses. Este método, bem entendido, que deveria ser por si, um sub-processo da acção humana, penso ter subjacente, não só uma natureza científica, mas também, não menos importante, uma dimensão emocional, afectiva e/ou sentimental. Neste contexto, haverá um comportamento lógico se houver um sentimento de pertença. E o sentimento de posse da “coisa”. Este sentimento de pertença é, na minha opinião, a chave, não só para a estabilização, mas, mais do que isso, para a harmonização e normalização dos rituais sociais (ou sociológicos). Numa linguagem menos académica ou doutrinária, a “coisa” é tão melhor cuidada quanto maior lhe for o sentimento de posse. Não raro, esta pedagogia é aplicada nas salas de aula mas temo termos tido cada vez menos resultados práticos. Eventualmente, porque foi deixando de haver interesse na “coisa”. Que ela não é nossa. Que é património de outrem e que não é fundamental para a felicidade de ninguém…falamos de um comportamento lógico, e este chama-se sentimento de pertença. Tão promovido nas acções de formação profissional em Portugal. O sentimento de pertença é um sentimento gerado no orgulho, cultivado diariamente pela satisfação de fazer melhor, de procurar ser melhor, na perspectiva de que aquilo que fazemos será a nossa imagem. Não ser melhor do que os outros, mas melhor para si e para a comunidade que insere. Foi este sentimento, aliado a uma fortíssima dimensão espiritual e telúrica que catapultou Portugal projectado em todo o mundo, em determinado tempo, na sua expansão ultramarina. Ao encontro de outros Povos e de outras culturas, içando tão alto a Bandeira Nacional e a Cruz de Cristo. Esta enorme empresa radicou nesse sentimento de forte pertença que é, digamos objectivamente: o amor a Portugal, o amor ao seu Rei, o orgulho da nacionalidade, o orgulho da Bandeira Nacional e a convicção da magnitude de Jesus Cristo como única política de vida. Fé, por outras palavras. O sentimento de pertença é um sentimento de se sentir parte integrante de um todo. E, nesse sentido, de que se é indivisível. É amar o seu País como se ama a sua família. Declinemos as comissões especializadas de estudo, os relatórios exaustivos crivados de algarismos. Esqueçamos os gráficos, as sondagens e as percentagens. Ignoremos os números e os mapas, as médias e as aritméticas. Pois a fonte de acção e de reacção germina na esfera anímica de cada português. Contanto que aja, logicamente, em prol do bem-comum. Eis a fórmula da glória de Portugal.

terça-feira, 6 de maio de 2008

Chefe Hélio Loureiro lança "O Cozinheiro do Rei D. João VI".



No passado dia 30, tive o privilégio de poder assistir ao lançamento do livro "O Cozinheiro do Rei D. João VI" do mais prestigiado Chefe português, Hélio Loureiro. O lançamento teve lugar no Hotel Porto Palácio. Devo admitir que antes de folhear a obra deliciei-me com umas fantásticas mini-espetadinhas que me pareceram ter um toque indiano e uns celestiais cogumelozinhos gratinados...espairando o olhar sobre a magnífica vista do Porto que o Hotel proporciona...após eloquente oratória descemos para umas deliciosas Tripas à Moda do Porto...para acompanhar escolhi bem um verde frutado, quase citrino...bem perfumado. O jantar foi igualmente temperado com notáveis afloramentos literários, versando o nosso tão querido Eça de Queirós, exímio conhecedor da cultura gastronómica portuguesa. Meu caro Hélio Loureiro, muito obrigado por tê-lo conhecido, e continue a prestigiar tão distintamente a nossa cultura gastronómica e literária. Em reposta ao seu muito simpático autógrafo daqui remeto um forte abraço salgado, tricano e à beira-mar!...

Grandes Portugueses? O meu é o Prof. José Hermano Saraiva.


Deus dê saúde a este senhor. Quando surgiu este programa na RTP, senti que havia ali uma certa impossibilidade de responder. Mas, ainda assim, tentei fazê-lo. Naturalmente, penso que o Rei D. Afonso Henriques terá vindo de imediato à lembrança de todos. Foi quem, afinal, fundou a Nacionalidade. Lembrando o Prof. Agostinho da Silva, “Portugal foi um acto de vontade”. Contudo, olhando para uma Nação, parece-me impossível imputar o seu sucesso a uma só pessoa. O bem-comum e o desenvolvimento de uma Nação resultam da contribuição de todo um Povo. Cada um na sua função e condição. Mas admitamos que há funções que divergem na sua importância política…Por isso, a solução para indicar o grande português foi basear-me num critério que avaliasse o contexto e as condições em que um português se empenhou no seu País…Num contexto de total desprezo pela cultura portuguesa e pelo seu património, eventualmente, sem precedentes na História do País e, seguramente, em resultado da propaganda republicana, o Sr. Prof. José Hermano Saraiva aparece, e em representação de muitos, como o português que mais fala sobre Portugal. O único português que, seguramente, entra em casa de todos os portugueses, ensinando a História de Portugal, mas também a sua actualidade, as suas aldeias, vilas e cidades. A sua alma e a sua gente…Não fosse este senhor, não havia em Portugal quem falasse de nós, com orgulho, e, sobretudo, sem interesse, quem falasse dos nossos feitos, não havia quem lembrasse que ser português é um privilégio e uma glória. Este senhor representa, para mim, a resistência à indiferença popular e política, a resistência ao desprezo pelo nosso património e pelo nosso legado tão rico. Uma resistência à ignorância permanente, mas, ao mesmo tempo, um incentivo à admiração dos nossos antepassados e um contínuo incentivo ao desenvolvimento. “Desenvolvimento” é, se repararmos, uma das palavras mais utilizadas pelo Sr. Prof. Era este senhor quem deveria ser o nosso Ministro da Educação…como o senhor muito gosta de dizer: Bem-Haja! Estamos-lhe eternamente gratos. E Deus lhe dê saúde!