É sempre com alguma dificuldade que muitos republicanos ouvem falar das opções partidárias dos monárquicos. Esta dificuldade radica na ignorância dos republicanos em perceber o regime que é a Monarquia Parlamentar ou Constitucional, a qual é advogada pela esmagadora maioria dos monárquicos portugueses. Neste contexto, é tão grande a ignorância dos republicanos, talvez mais anti-monárquicos, quanto a paciência para esclarecer, repetida e incansavelmente, o que é a Monarquia Parlamentar. Não sei como poderá ser tão complexa esta concepção quando, aqui ao lado, vigora este preciso regime. Também aqui se poderá justificar a ausência de convicção republicana que é substituída pelo anti-monarquismo tão assinalável na massa ignorante portuguesa. Mas, novamente: existe o Rei, que arbitra, sob isenção gélida e total, o espectro partidário. Pronto.
Conheço no Movimento Monárquico, naturalmente, portugueses de todos os quadrantes político-partidários, e a sua heterogeneidade constitui o que mais enriquece a doutrina monárquica: o respeito pela diversidade política garantido por um Chefe de Estado Natural e Real. Este é o cerne da Monarquia: um presidente é sempre parcial, é sempre incompleto, é sempre marginal, porque é eleito por uma fatia popular. Um presidente só pode representar quem o elege. Quem não o elege só pode sentir-se órfão de representatividade e aguardar pelo acto eleitoral seguinte. A república é assim, composta de fragmentos, de parcelas, de vazios: sem unidade, sem unidade política, sem unidade histórica. É simplesmente triste.
Na esfera partidária, todavia, devemos escolher.
Houve anos em que me empoleirei nas árvores e subi aos postes, para fixar tarjas e colar cartazes. Na altura era um PPD/PSD em bom rigor doutrinário, liberal na economia e conservador na moral. Era um partido que transmitia personalidade, objectivo e determinado nos princípios e nos valores. Um partido do Povo, da liberdade e do trabalho. Um partido que libertou Portugal das teias de um Estado omnipresente e asfixiante. Não haja dúvida que “menos Estado, melhor Estado”. O PPD/PSD, devemos-lhe isso, acordou e lembrou que a sociedade é livre, que o indivíduo é livre. Livre para trabalhar, livre para viver, livre para criar. Lembrou que o indivíduo não tem que estar à espera do Estado para viver e para trabalhar. A sociedade que eu defendo é uma sociedade das pessoas, não do Estado! Estado regulador sim, e obrigatoriamente. Estado intrometido não. Nunca. Mas parece que quanto mais nos distanciamos do desaparecimento de Francisco de Sá Carneiro, mais o PPD/PSD se torna descaracterizado, indefinido, vazio de princípios e de valores. O que defende hoje o PPD/PSD? Na minha opinião, parece perceber apenas de economia e de finanças. Nada mais…um Partido que nem sequer sabe o que pensar do aborto…e foi no seguimento desta posição (ou da falta dela…), que deixei de me identificar com o Partido e devolvi o meu cartão de militante…
Não fui eu que mudei. Os Partidos parecem igualmente mudar, provavelmente, em função daquilo que lhes interessa. E sobretudo, objectivamente, no sentido de recolher condições que garantam a sua sobrevivência. Mas nesta perspectiva há casos ainda mais emblemáticos…o PCP já fala em PME’s, o PS arquivou o socialismo…Factores que se prendem com a grande ordem mundial, designadamente a queda do muro de Berlim, a queda da União Soviética, o processo de construção da União Europeia, levaram os Partidos a uma desenquadramento doutrinário. Este reajustamento não foi feito, ou feito tardiamente. Presos às cores e longe das ideias que fundaram, hoje não sabem o que dizer, baralham tudo…Não se trata de fundamentalismo mas de respeito pelos ideais e pela doutrina. Foi o que aconteceu com os processos de expulsão do PCP, com a deslocação conceptual de Manuel Alegre, Seguro, Manuel Monteiro, etc. A democracia é viva, e tem que se auto-renovar e acompanhar a ordem mundial.
Se for necessário encerrar um Partido, então que se encerre, a bem da transparência, da coerência e da democracia. É preciso criar um novo, então que se crie.
Parece vir aí o Bloco Central, e eu não sei o que é isso…eu gosto de caminhos claros, de metas, de objectivos, de políticas concretas. O Bloco Central transmite-me a ideia de gestão corrente: um PS com pouco de esquerda e um PPD/PSD com pouco de Direita…quatro anos de empate e de indecisão, a meu ver.
Com um PPD/PSD completamente descaracterizado, sem personalidade marcante, para um conservador como eu, não me resta alternativa: vou votar CDS-PP. Na verdade, não fosse algum eurocepticismo na sua história, sinto que teria votado CDS desde sempre, pois o meu perfil é integralmente democrata-Cristão.
O CDS pode ter essa certeza: muitos portugueses deixaram de votar CDS porque não tinham nada contra a União Europeia. Foi uma bandeira que custou caro ao Partido.
Verifico que o CDS-PP é o único Partido com um discurso claro e objectivo. Um Partido que se preocupa com a desertificação do interior do País, que se preocupa com a agricultura portuguesa, que se preocupa com as Forças Armadas, que defende uma sociedade com moral, radicada na Família. Um Partido que defende o respeito. Um Partido que sabe que a Educação é uma estratégia central, mas consciente que o sucesso apenas se consegue com trabalho, exigência e rigor. Não é baixando a fasquia aos alunos para poder subir as percentagens de sucesso escolar, mas fazendo os alunos passar a fasquia. Um Partido que, sem hipocrisias, afirma que é preciso respeito e autoridade: autoridade aos professores e às forças de segurança. Um Partido que defende o mercado livre, da livre iniciativa, com responsabilidade e seriedade. Um Partido que exige do Estado tanto quanto este exige das pessoas. Um Partido que percebeu que são as empresas que geram riqueza e emprego. Um Partido que, com respeito pelo cidadão do mundo que todos somos, não esquece que os portugueses estão primeiro. Um Partido que defende o trabalho, como fonte de sustento. Um Partido que, neste contexto, tem respeito pela aplicação e gestão dos impostos. A sociedade é constituída e mantida pelo trabalho. Um Partido que defende a notoriedade, a História e a memória de Portugal. Com admiração pelo seu passado, e cuja glória projecta no futuro.
Conheço no Movimento Monárquico, naturalmente, portugueses de todos os quadrantes político-partidários, e a sua heterogeneidade constitui o que mais enriquece a doutrina monárquica: o respeito pela diversidade política garantido por um Chefe de Estado Natural e Real. Este é o cerne da Monarquia: um presidente é sempre parcial, é sempre incompleto, é sempre marginal, porque é eleito por uma fatia popular. Um presidente só pode representar quem o elege. Quem não o elege só pode sentir-se órfão de representatividade e aguardar pelo acto eleitoral seguinte. A república é assim, composta de fragmentos, de parcelas, de vazios: sem unidade, sem unidade política, sem unidade histórica. É simplesmente triste.
Na esfera partidária, todavia, devemos escolher.
Houve anos em que me empoleirei nas árvores e subi aos postes, para fixar tarjas e colar cartazes. Na altura era um PPD/PSD em bom rigor doutrinário, liberal na economia e conservador na moral. Era um partido que transmitia personalidade, objectivo e determinado nos princípios e nos valores. Um partido do Povo, da liberdade e do trabalho. Um partido que libertou Portugal das teias de um Estado omnipresente e asfixiante. Não haja dúvida que “menos Estado, melhor Estado”. O PPD/PSD, devemos-lhe isso, acordou e lembrou que a sociedade é livre, que o indivíduo é livre. Livre para trabalhar, livre para viver, livre para criar. Lembrou que o indivíduo não tem que estar à espera do Estado para viver e para trabalhar. A sociedade que eu defendo é uma sociedade das pessoas, não do Estado! Estado regulador sim, e obrigatoriamente. Estado intrometido não. Nunca. Mas parece que quanto mais nos distanciamos do desaparecimento de Francisco de Sá Carneiro, mais o PPD/PSD se torna descaracterizado, indefinido, vazio de princípios e de valores. O que defende hoje o PPD/PSD? Na minha opinião, parece perceber apenas de economia e de finanças. Nada mais…um Partido que nem sequer sabe o que pensar do aborto…e foi no seguimento desta posição (ou da falta dela…), que deixei de me identificar com o Partido e devolvi o meu cartão de militante…
Não fui eu que mudei. Os Partidos parecem igualmente mudar, provavelmente, em função daquilo que lhes interessa. E sobretudo, objectivamente, no sentido de recolher condições que garantam a sua sobrevivência. Mas nesta perspectiva há casos ainda mais emblemáticos…o PCP já fala em PME’s, o PS arquivou o socialismo…Factores que se prendem com a grande ordem mundial, designadamente a queda do muro de Berlim, a queda da União Soviética, o processo de construção da União Europeia, levaram os Partidos a uma desenquadramento doutrinário. Este reajustamento não foi feito, ou feito tardiamente. Presos às cores e longe das ideias que fundaram, hoje não sabem o que dizer, baralham tudo…Não se trata de fundamentalismo mas de respeito pelos ideais e pela doutrina. Foi o que aconteceu com os processos de expulsão do PCP, com a deslocação conceptual de Manuel Alegre, Seguro, Manuel Monteiro, etc. A democracia é viva, e tem que se auto-renovar e acompanhar a ordem mundial.
Se for necessário encerrar um Partido, então que se encerre, a bem da transparência, da coerência e da democracia. É preciso criar um novo, então que se crie.
Parece vir aí o Bloco Central, e eu não sei o que é isso…eu gosto de caminhos claros, de metas, de objectivos, de políticas concretas. O Bloco Central transmite-me a ideia de gestão corrente: um PS com pouco de esquerda e um PPD/PSD com pouco de Direita…quatro anos de empate e de indecisão, a meu ver.
Com um PPD/PSD completamente descaracterizado, sem personalidade marcante, para um conservador como eu, não me resta alternativa: vou votar CDS-PP. Na verdade, não fosse algum eurocepticismo na sua história, sinto que teria votado CDS desde sempre, pois o meu perfil é integralmente democrata-Cristão.
O CDS pode ter essa certeza: muitos portugueses deixaram de votar CDS porque não tinham nada contra a União Europeia. Foi uma bandeira que custou caro ao Partido.
Verifico que o CDS-PP é o único Partido com um discurso claro e objectivo. Um Partido que se preocupa com a desertificação do interior do País, que se preocupa com a agricultura portuguesa, que se preocupa com as Forças Armadas, que defende uma sociedade com moral, radicada na Família. Um Partido que defende o respeito. Um Partido que sabe que a Educação é uma estratégia central, mas consciente que o sucesso apenas se consegue com trabalho, exigência e rigor. Não é baixando a fasquia aos alunos para poder subir as percentagens de sucesso escolar, mas fazendo os alunos passar a fasquia. Um Partido que, sem hipocrisias, afirma que é preciso respeito e autoridade: autoridade aos professores e às forças de segurança. Um Partido que defende o mercado livre, da livre iniciativa, com responsabilidade e seriedade. Um Partido que exige do Estado tanto quanto este exige das pessoas. Um Partido que percebeu que são as empresas que geram riqueza e emprego. Um Partido que, com respeito pelo cidadão do mundo que todos somos, não esquece que os portugueses estão primeiro. Um Partido que defende o trabalho, como fonte de sustento. Um Partido que, neste contexto, tem respeito pela aplicação e gestão dos impostos. A sociedade é constituída e mantida pelo trabalho. Um Partido que defende a notoriedade, a História e a memória de Portugal. Com admiração pelo seu passado, e cuja glória projecta no futuro.