O senhor D. Duarte tem repetidamente referido a necessidade de um raciocínio lógico no comportamento dos portugueses. Este método, bem entendido, que deveria ser por si, um sub-processo da acção humana, penso ter subjacente, não só uma natureza científica, mas também, não menos importante, uma dimensão emocional, afectiva e/ou sentimental. Neste contexto, haverá um comportamento lógico se houver um sentimento de pertença. E o sentimento de posse da “coisa”. Este sentimento de pertença é, na minha opinião, a chave, não só para a estabilização, mas, mais do que isso, para a harmonização e normalização dos rituais sociais (ou sociológicos). Numa linguagem menos académica ou doutrinária, a “coisa” é tão melhor cuidada quanto maior lhe for o sentimento de posse. Não raro, esta pedagogia é aplicada nas salas de aula mas temo termos tido cada vez menos resultados práticos. Eventualmente, porque foi deixando de haver interesse na “coisa”. Que ela não é nossa. Que é património de outrem e que não é fundamental para a felicidade de ninguém…falamos de um comportamento lógico, e este chama-se sentimento de pertença. Tão promovido nas acções de formação profissional em Portugal. O sentimento de pertença é um sentimento gerado no orgulho, cultivado diariamente pela satisfação de fazer melhor, de procurar ser melhor, na perspectiva de que aquilo que fazemos será a nossa imagem. Não ser melhor do que os outros, mas melhor para si e para a comunidade que insere. Foi este sentimento, aliado a uma fortíssima dimensão espiritual e telúrica que catapultou Portugal projectado em todo o mundo, em determinado tempo, na sua expansão ultramarina. Ao encontro de outros Povos e de outras culturas, içando tão alto a Bandeira Nacional e a Cruz de Cristo. Esta enorme empresa radicou nesse sentimento de forte pertença que é, digamos objectivamente: o amor a Portugal, o amor ao seu Rei, o orgulho da nacionalidade, o orgulho da Bandeira Nacional e a convicção da magnitude de Jesus Cristo como única política de vida. Fé, por outras palavras. O sentimento de pertença é um sentimento de se sentir parte integrante de um todo. E, nesse sentido, de que se é indivisível. É amar o seu País como se ama a sua família. Declinemos as comissões especializadas de estudo, os relatórios exaustivos crivados de algarismos. Esqueçamos os gráficos, as sondagens e as percentagens. Ignoremos os números e os mapas, as médias e as aritméticas. Pois a fonte de acção e de reacção germina na esfera anímica de cada português. Contanto que aja, logicamente, em prol do bem-comum. Eis a fórmula da glória de Portugal.
quinta-feira, 8 de maio de 2008
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