...não digais muitas palavras... (Mateus 6, 7-15)
O Fidelíssimo não obedece ao novo acordo ortográfico.

sábado, 18 de dezembro de 2010

"um menino nasceu para nós (...) tem o poder sobre os ombros" Is 9, 2-7 (1-6)

Esta passagem de Isaías, tão oportuna, é extremamente interessante. Com relação, particularmente, à fracção "tem o poder sobre os ombros". Na verdade, comporta em si duas dimensões: o "poder" e os "ombros". Mas o "poder", ao contrário do conceito de hoje, sinónimo de responsabilidade, de serviço e de missão. Por isso se encontra sobre os "ombros". Desejo a todos um Santo Natal em Cristo.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Mensagem de 1º de Dezembro de D. Duarte de Bragança – Brevíssima análise pessoal.


A leitura da mensagem do 1º de Dezembro do senhor D. Duarte, Duque de Bragança, deve constituir para todos, monárquicos mas também para todos os Portugueses, uma especial atracção, considerando o seu interesse nacional de excelência e a isenção que a eleva no viciado quadro político-partidário português.

Nesta mensagem não somos convidados a votar num partido, mas a pensar em Portugal!

Eu não tenho dignidade intelectual para vir versar sobre a mensagem do senhor Duque de Bragança, contudo, parece-me muito interessante vir aqui reportar algumas considerações que da minha leitura resultaram.

Nesse sentido, a par de variadíssimos aspectos focados, todos de extrema importância à vida nacional, designadamente, a crise actual e a necessidade de reflectir sobre novos modelos de desenvolvimento económico; a legitimidade do regime republicano imposto e o seu falhanço; a perigosidade do projecto europeu; a optimização de recursos e empenho de todos (princípio do retorno cívico); a qualidade da classe política governante actual e a readaptação do sistema educativo às necessidades do mercado e da sociedade, a questão que, na minha opinião, se destaca grandemente, constituindo a mais notável chave e imprimindo mais novidade à mensagem é: a questão da Lusofonia.

A referência a Timor e ao Brasil traz-me à memória, claramente, a designação oficial de “Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves” criada a 16 de Dezembro de 1815, por El-Rei D. João VI.

Constitui, afinal, uma invocação ao saudoso Império Português, período em que Portugal era pleno de prestígio e notoriedade no mundo. É uma clara indicação de que o aprofundamento das relações de Portugal com os países de língua oficial portuguesa pode ser altamente benéfico para todos e a todos os níveis. Relações que, não colidindo com as relações internacionais formais já existentes, podem apresentar soluções políticas e financeiras mais vantajosas do que aquelas negociadas presentemente (UE).

O comportamento público do senhor Duque de Bragança, obriga-nos a uma análise específica e cuidada. Creio que muitos têm falhado neste exercício, fazendo uma interpretação errada e incoerente, porque provinciana, pouco profunda e amadora. Os gestos e atitudes do senhor D. Duarte devem, naturalmente, ser perspectivados, não como pessoais e intimistas, mas como sinais de indicação e orientação política, social e cultural. Nessa medida, constituirá o já conhecido pedido de nacionalidade timorense por parte de S.A.R. um sinal de que é este o caminho? O caminho da Lusofonia e da revitalização do Reino Unido de Portugal, do antigo Império Português?

Eis a grandeza, a genialidade e a visão de um verdadeiro Chefe de Estado natural que ama verdadeiramente o seu País!

Viva o Rei! Viva Portugal!

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

lº de Dezembro 2010 – Mensagem de S.A.R. D. Duarte, Duque de Bragança.


Na perspectiva histórica de um País com perto de 900 anos, o penoso caminhar numa crise comparável à vivida nos tempos da I República cujo centenário este ano faustosamente se comemorou, permite-nos retirar diversas conclusões.
Comecemos pela circunstância de a República, fundada pela força que derrubou um Regime Democrático, nunca, até aos nossos dias, haver sido legitimada pelo voto popular. Significativo é, também, o facto de o regime republicano, nas suas várias expressões, não ter tido capacidade para resolver nenhum dos problemas de que acusava a Monarquia e o facto de que as Democracias mais desenvolvidas e estáveis da Europa serem Monarquias. As nossas três Repúblicas do séc. XX nasceram de três golpes militares após os quais os governantes se lançaram a reorganizar a sociedade, com os resultados que agora estão à vista. Como herdeiro dos reis de Portugal, eu represento um outro princípio, o princípio da liberdade e não o da coerção.

Chegou a hora de a sociedade livremente dizer que Estado quer. Em vários reinos do Norte da Europa ouvi destacados políticos afirmarem que “vivemos em República, mas o nosso Rei é o melhor defensor da nossa República”. Deixo aqui uma mensagem aos monárquicos, aos convictos que, hoje, são a minoria mas, segundo as sondagens, serão a maioria no futuro que se aproxima. Quero lembrar que essas sondagens chegam a referir 20%, 30% ou 40% de monárquicos, conforme as perguntas são feitas, percentagens tanto mais valiosas quanto resultam da escolha de pessoas livres e não de propagandas de partidos ou de movimentos sem transparência.

Quero agradecer-vos a generosidade, o entusiasmo, e a dedicação quando içam nas ruas a bandeira das Quinas com a Coroa e quero dizer-vos que continuarei a acompanhá-los, como sucedeu no 5 de Outubro em Guimarães, o dia da independência nacional. A situação humilhante em que a Nação se encontra perante nós próprios e a comunidade internacional obriga-nos a reflectir sobre novos modelos de desenvolvimento económico e de vida em sociedade, inspirados no bem comum. Com efeito, a expectativa inicial do projecto europeu que a generalidade dos membros abraçou e que se assumiu, na sua origem, como um projecto de cooperação entre Estados – com os mais ricos a ajudarem os mais pobres – corre o risco de passar, rapidamente, de miragem a tragédia, com os mais fortes a ditarem regras e a impor sanções aos mais vulneráveis. Neste contexto de incerteza e preocupação, são, por isso, cada vez mais as vozes autorizadas que preconizam a necessidade da reforma do modelo de desenvolvimento económico global.

A reactivação estratégica de uma agricultura sustentável e ecologicamente equilibrada é fundamental para enfrentarmos com segurança os desafios actuais, como há pouco tempo lembrou o Papa Bento XVI . Precisamos de um novo modelo para conseguir maior felicidade e bem-estar com menor desperdício de recursos, que deverão ser melhor e mais justamente partilhados, para que a ninguém falte o essencial. Havendo tantas necessidades de apoio às populações seria desejável dinamizar as antigas tradições de voluntariado, recorrendo também aos serviços dos beneficiários de subsídios do Estado, como condição para receberem esses subsídios. Receber subsídios sem dar a sua contribuição para a sociedade equivale a receber esmolas, o que não é bom. Portugal não pode cair no desânimo a que nos conduzem os constantes e confusos acontecimentos políticos nacionais amplamente noticiados.

É fundamental acreditar no Futuro e partilhar Esperança, nunca nos esquecendo de onde viemos e para onde queremos ir. Para isso há que cultivar os exemplos de competência, seriedade e coragem na defesa de ideais, combatendo a falta de autenticidade que, infelizmente, constitui uma das mais comuns e perversas características do nosso tempo. Quem está na Política deve ter como primeiro e último objectivo SERVIR a Pátria e, em particular, permitir a valorização dos mais desfavorecidos. E para esta valorização ser possível, teremos de repensar todo o nosso sistema educativo, do pré-primário ao superior, adaptando os cursos às necessidades profissionais actuais e futuras e criando – com suporte da rede de ensino privado e cooperativo – condições às famílias com menos recursos para poderem escolher os estabelecimentos que gostariam que os seus filhos frequentassem, sem que tal venha a implicar aumento de encargos para o Estado.

Tenho visitado muitas escolas onde me explicam que os programas são desajustados às realidades actuais e às saídas profissionais, e particularmente aos jovens com problemas de adaptação. O “Cheque Ensino” seria uma solução para estes problemas, permitindo às famílias escolher a oferta escolar mais adaptada às necessidades dos seus filhos, evitando a discriminação económica actual e promovendo a qualidade do ensino através de uma saudável concorrência… Só desta forma conseguiremos melhorar efectivamente o nível médio cultural, académico e profissional da população com vista ao progressivo desenvolvimento e engrandecimento do País e não com fim exclusivamente estatístico. Na sua longa História, Portugal foi grande quando se lhe depararam desafios que envolveram projectos galvanizadores de verdadeira dimensão nacional. Nessas alturas, os portugueses sempre souberam responder com criatividade, entusiasmo e coragem. Hoje, é no Mar e na Lusofonia que a nossa atenção deve ser focada como áreas de eleição para realizar um projecto de futuro para o País e para a Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa. Afinal, são estas duas vertentes que, desde o início da Expansão Marítima Portuguesa, com períodos de maior ou menor brilho, maior ou menor envolvimento, têm vindo a constituir o nosso Desígnio.

O prestigiado Jean Ziegler, meu professor em Genebra, ensinava que existem dois caminhos para desenvolver os povos. O primeiro começava pela educação profissional, académica e ética da população , que iria desenvolver o país e conduzi-lo ao enriquecimento. O segundo caminho consistia em injectar dinheiro estrangeiro na economia. Os governantes criariam grandes infra-estruturas, enriquecendo-se alguns deles no processo, e a população compraria bens de consumo importados, enriquecendo o comércio. Mas no fim, essa nação estaria endividada e a classe média empobrecida porque as capacidades de produção teriam diminuído. Infelizmente é esta a nossa realidade recente. Deixo para os especialistas apontarem os factores da crise que nos fustiga, fazerem os diagnósticos acertados, apontarem as vias de solução. Mas não posso deixar de dizer que é urgente arrepiarmos o caminho que nos trouxe à gravíssima crise económica e financeira que atravessamos, como venho denunciando desde há anos.

Foi justamente neste sentido que, este ano, pela segunda vez, promovi, no âmbito da Comissão D. Carlos 100 Anos, a organização do Congresso “Mares da Lusofonia”que permitiu uma participada reflexão, com representantes de todos os Países da CPLP presentes, acerca da valia dos mares e das Plataformas Continentais dos países lusófonos nas vertentes estratégica, de segurança, jurídica, ambiental, científica, tecnológica e económica.

A intensificação do intercâmbio de conhecimentos da sociedade civil e o fortalecimento das relações afectivas entre os nossos países contribuirá decisivamente para a supressão das barreiras que ainda existem. Recentemente visitei o Brasil, pátria de minha Mãe, onde, em Brasília, tive a feliz oportunidade de contactar alguns membros do seu Governo. Transmiti os meus sinceros votos de sucesso à recém-eleita Presidente Dilma Russef. Percebi que lá existe uma grande abertura à ideia de uma futura Confederação de Estados Lusófonos, que muito beneficiaria todos os seus membros e cuja adesão não comprometeria as alianças regionais existentes. O facto do Reino Unido pertencer à Commonwealth não prejudica a sua participação na União Europeia mas valoriza-a.

Ainda sobre a importância da afectividade que naturalmente se cultiva na Comunidade Lusófona, virá a propósito salientar a decisão do Governo de Timor – país a que me ligam relações de profunda amizade – quando, à semanas, declarou o seu auxílio a Portugal na compra de parte da nossa dívida pública, num gesto de fraternal amizade. Do mesmo modo, tenho indicações de que muito nos beneficiaria negociar com o Brasil um empréstimo para resolver a crise da dívida pública soberana em melhores condições do que com o FMI ou a Europa. Para concluir, gostaria de transmitir a todos os portugueses uma mensagem de ânimo: Não vos deixeis abater pela situação de dificuldade económica e crise moral que actualmente nos invade.

Lembrai-vos que tivemos momentos bem mais graves na nossa História em que a perenidade da Instituição Real foi suporte decisivo para a recuperação conseguida. A dinastia, baseada na família, oferece o referencial de continuidade de que Portugal está carente há cem anos.

Viva Portugal!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

A Restauração da Independência de Portugal, 1640.

"Sábado, primeiro de Dezembro de 1640 (dia memorável para as idades futuras), a nobreza da Cidade de Lisboa, para remédio da ruína em que se via, e ao Reino todo, aclamou por Rei o Duque de Bragança Dom João, príncipe begniníssimo, magnânimo, fortíssimo, piedoso, prudente, nos trabalhos incansável, no governo atento, no amor da república cuidadoso, de seu acrescentamento ardentíssimo, e vigilante, legítimo sucessor do Império Lusitano."
A Elrey N. S. D. João IIII, Coimbra, 1641, p. 3.

sábado, 27 de novembro de 2010

Recuperar Portugal!


A história é feita de ciclos. Parece-nos impossível que o Homem consiga viver de outra maneira. E neste momento, passamos a fase final de um ciclo, finalizamo-lo da pior maneira, em resultado da nossa ganância desmedida e irresponsável. Eis o resultado de uma política e estilo de vida baseada no incremento estúpido da riqueza material e de desprezo total pelo outro. Sem padecermos de necessidades, elas são-nos criadas por uma máquina comercial subversiva, abrindo-nos novos campos de vazio, os quais queremos, anestesiadamente, preencher. Estamos, sem perceber, a sermos escravos de um esquema criado por nós. Abramos os olhos, tenhamos noção daquilo que queremos e do que necessitamos. Sejamos racionais na nossa irracionalidade. Tenhamos clarividência e encaminhemos a nossa energia e posse para o que é realmente importante e indispensável. Não nos enganemos a nós próprios e aos outros. Desta forma, forçamos ainda mais a curvatura do ciclo e precipitamos ainda mais a sua decadência final. Abramos os olhos, agora que tocámos no fundo, e percebamos que o laxismo é o oposto do trabalho e que sem trabalho nada teremos. Percebamos que nos enganaram, que nos pagaram para ficarmos mais pobres e dependentes daqueles que nos querem vender ajuda. Não dá-la, mas vendê-la. Olhemos à volta e percebamos que nos tiraram tudo: recebemos para nada produzir. Acordemos e percebamos que a nossa sobrevivência radica no nosso trabalho, na nossa produção e não na caridade alheia. Tenhamos vergonha daquilo em que nos tornámos: passámos de uma glória para uma desgraça. Fomos um exemplo de liderança e de coragem e até um modelo de sociedade. Hoje, renegamos aquilo que ensinámos e mostrámos ao mundo. Em suma, percebamos que temos que recuperar aquilo que perdemos: a nossa agricultura, a nossa pesca, o nosso artesanato, a nossa indústria, a nossa massa cultural. Com o Rei que garanta a unidade nacional, tomemos o destino de Portugal nas nossas mãos!

sábado, 6 de novembro de 2010

O Rei D. Manuel II partiu com o enorme peso do fim da Monarquia Portuguesa. Não fazia ideia, contudo, que, para nós, haveria de restar o peso ainda maior de assistir ao fim de Portugal.

sábado, 30 de outubro de 2010

De mão dada.

Uma das maiores virtudes do Cristianismo é a impossibilidade da orfandade. Não há maior generosidade e maior prova de amor de Deus. Qual privilégio único este de nunca estar só, de não poder estar só, em momento algum estar só. Ninguém no mundo poderá ser órfão e estar só. Porque Deus, protector e omnipresente, é nosso Pai.

domingo, 24 de outubro de 2010

Por um ensino Privado.

E se possível, religioso. Claro. À semelhança de anos anteriores, são os estabelecimentos de ensino privado e de matriz religiosa que lideram, mais uma vez, o ranking nacional de escolas secundárias. Havia defendido esta tese, há dias, no Facebook, quando fui alvo de forte e indignado apedrejamento. Ora, o resultado está aí. O que nós queremos, afinal, todos, é um bom ensino para os nossos alunos. Mas, não sendo culpa minha, garanto, no ranking das 25 primeiras escolas ordenadas por classificação de exame, o Estado põe lá uma…

Muitos colocam a questão do orçamento e da capacidade financeira para acorrer a este ensino privado. Correcto. São caros. Correcto. Todavia, não é a capacidade financeira dos encarregados de educação que reside na justificação deste brilhante sucesso, mas sim, e em suma, outro factor decisivo: a exigência. E isto o Estado não tem que pagar. Tem que exercer. Mas é também isto que o Estado não percebe. O Estado prefere comungar desta nova corrente de pseudo-psicologia contemporânea (vulgo Laxismo) em que aos alunos tudo deve assistir, sendo estes totalmente desprovidos de obrigações e deveres. E no mesmo primado, ao professor não resta senão servir o aluno em tudo o que ele precisar, sem autoridade, sem palavra, sem nada. E isto porque não se pode ofender nem ferir a auto-estima do aluno. O resultado está aqui.

A minha vontade é convidar o Estado a demitir-se do ensino, ou então, se quer ficar, e para apresentar resultados, não resta senão, implementar: primeiro, a autoridade disciplinar do professor sobre o aluno; segundo, a autoridade cívica e académica do professor sobre o aluno; terceiro, um ensino de trabalho, de empenho e, sobretudo, de exigência; por último, cultivando uma relação próxima e tão personalizada quanto possível entre o professor e o aluno.

Importaria aqui evidenciar o desprezo da república pelo ensino no interior de Portugal, e na necessidade de regressarmos ao ensino técnico-profissional, mas eis aqui, sucinta, a minha fórmula, aquela em que acredito seja a chave para o sucesso, mas a fórmula que eu acredito que, o Estado, ou não quer perceber, ou não quer implementar. E se não quer implementar, então que deixe de ensinar e se limite a regular o ano lectivo.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

No nosso limite, lembramo-nos e recorremos a Deus. Para a eternidade vivem os que, longe do seu limite, lembram-se e recorrem a Deus.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Comemorar Portugal.

A um dia de completar o magnânime 867º aniversário de Portugal, prefere-se falar do residual centenário de uma organização ilegítima a que chamam república. A um dia da notável data, registo que, em observância geral, não houve uma referência a Zamora e ao aniversário da fundação de Portugal. Que estranho. Que ridículo. Que irresponsabilidade. Registo um regime de paternidade que educa os seus alunos para serem órfãos. Que os motiva para serem nada. Para cidadãos cinzentos perdidos na enorme cidade que é a globalização. Somos sim um produto cinzento. Descaracterizado. Sem alma. Sem coração. Um miserável que tenta pagar as contas. Que não passa da miséria, mas que faz questão de celebrá-la. Que ridículo. Eu não comemoro o centenário da república. Porque não sei quem é. Porque ninguém a escolheu. Porque roubou o meu País. Roubou-o e omite-o. Esconde-o. Envergonha-o. Corrói o cimento glorioso de oito séculos de história. Eu comemoro Portugal. Fomos respeitados no passado, somos gozados no presente. E temos que levar com isto. Registo um povo que teima que ter valores é uma coisa do passado. Que a liberdade é ter tudo e não ser nada. Que é não pensar em nada. Que a Nação é uma fardo pesado de levar às costas. A república veio doutrinar que oito séculos de prestígio são peso a mais. Que é preciso romper com esta glória, e assim cada um vai à sua vida…que esquece Portugal para celebrar um regime…que inconsistente nacionalismo…que incoerente sentimento pátrio…que estranho um regime que esconde a própria Nação que governa, que se envergonha dela, que se sobrepõe a ela…a república prefere celebrar-se a ela que a Portugal. É este o regime que temos. Ninguém escolheu, mas temos. É nesta medida que os monárquicos são a alma de Portugal, do Portugal anestesiado e penhorado. Cabe-nos a nós, monárquicos, cumprir o projecto de 5 de Outubro de 1143. Eu não comemoro o centenário da república. Eu comemoro Portugal. Amanhã estou em Guimarães. Viva o Rei! Viva Portugal!

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

1º Aniversário da Real Associação da Beira Litoral.


  
Cumpre hoje um ano sobre a formalização da Real Associação da Beira Litoral.

Esta iniciativa constituiu a materialização da Lealdade, do espírito de serviço e da consciência sempre presente do objectivo maior da Restauração de Portugal pela Monarquia. Foram quatro os seus fundadores e podia ter sido um. Não importa. Podiam ter sido quinhentos fundadores e hoje dois associados: não importa. Podiam ter sido professores catedráticos como fundadores, podiam ter sido calceteiros: não importa. Escorreu da pena a atitude da convicção, a atitude do que é correcto, o caminho sério e recto que, sob a força de se ser Português, levará à Restauração de Portugal. Essa importa. Tudo o resto é para nós fútil. Tudo o resto é para nós secundário e insignificante. Queremos Portugal! Queremos Portugal! Não nos cansaremos de exclamar. Portugal não é isto que temos. Porque o que temos é um poço de corrupção e de vergonha.

Alguns, na sua curta e medíocre visão, avaliam sobre a quantidade, sobre a dimensão, sobre a forma. Esquecem o conteúdo, esquecem o significado, esquecem os valores. Estes são aqueles que, no final da tarde de 14 de Agosto de 1385, entre 6500 homens, vendo de frente outros 31.000, se passariam para este lado. Nós não passamos!

Esta é a génese da Real Associação da Beira Litoral: a Lealdade ao Rei de Portugal, o senhor Dom Duarte, Duque de Bragança! Este é o nosso aniversário, a celebração do serviço ao Rei e o serviço a Portugal!

Portugal está descaracterizado. Sem cor e sem futuro. Rejeitamos veementemente esta realidade fundada no Laxismo. Torna-se fundamental e urgente a recuperação dos Valores que advogamos. A Causa Real chama a si este desígnio nacional, o que convida a todos à militância nas Reais Associações. A Real Associação da Beira Litoral assumiu este nobre compromisso.

Cumpre-me um agradecimento especial ao Presidente da Direcção da Real Associação da Beira Litoral, o Sr. Engº Fábio Fernandes, que a todos nós representa, pelo seu compromisso, empenho e Lealdade.

“Se não olharmos por nós, ninguém olhará” - S.A.R. o senhor D. Duarte, Duque de Bragança.

Mário Neves
Vice-Presidente da Direcção da Real Associação da Beira Litoral

domingo, 5 de setembro de 2010

A prescrição anula a Verdade. Será isto possível?

sábado, 4 de setembro de 2010

Hoje sou pessoa. Amanhã memória.

sábado, 28 de agosto de 2010

"Miserere mei, Deus"

 

Miserere mei, Deus: secundum magnam misericordiam tuam.
Et secundum multitudinem miserationum tuarum, dele iniquitatem meam.
Amplius lava me ab iniquitate mea: et a peccato meo munda me.
Quoniam iniquitatem meam ego cognosco: et peccatum meum contra me est semper.
Tibi soli peccavi, et malum coram te feci: ut iustificeris in sermonibus tuis, et vincas cum iudicaris.
Ecce enim in inquitatibus conceptus sum: et in peccatis concepit me mater mea.
Ecce enim veritatem dilexisti: incerta et occulta sapientiae tuae manifestasti mihi.
Asperges me, hyssopo, et mundabor: lavabis me, et super nivem dealbabor.
Auditui meo dabis gaudium et laetitiam: et exsultabunt ossa humiliata.
Averte faciem tuam a peccatis meis: et omnes iniquitates meas dele.
Cor mundum crea in me, Deus: et spiritum rectum innova in visceribus meis.
Ne proiicias me a facie tua: et spiritum sanctum tuum ne auferas a me.
Redde mihi laetitiam salutaris tui: et spiritu principali confirma me.
Docebo iniquos vias tuas: et impii ad te convertentur.
Libera me de sanguinibus, Deus, Deus salutis meae: et exsultabit lingua mea iustitiam tuam.
Domine, labia mea aperies: et os meum annuntiabit laudem tuam.
Quoniam si voluisses sacrificium, dedissem utique: holocaustis non delectaberis.
Sacrificium Deo spiritus contribulatus: cor contritum, et humiliatum, Deus, non despicies.
Benigne fac, Domine, in bona voluntate tua Sion: ut aedificentur muri Ierusalem.
Tunc acceptabis sacrificium iustitiae, oblationes, et holocausta: tunc imponent super altare tuum vitulos.

O segredo.

A felicidade não está em querer ter, mas em querer não ter.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Há momentos em que fechamos os olhos para ver. E quanto mais fechamos, mais vemos: onde estará afinal a realidade, dentro ou fora de nós?...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Aquilo que mais comove é a bondade inocente.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Há duas questões sobre a alta reflexão humana: não somos dignos de pensar os desígnios de Deus; não temos competências para interpretar os desígnios de Deus. Porém, não é ofensivo a Deus pensar Deus e os seus desígnios.
A crise faz-nos aproximar da nossa circunstância. Reduzindo o nosso orgulho, aproxima-nos da nossa essência e da nossa condição.
O violino é o som da alma.

sábado, 24 de julho de 2010










A alma é calor
No mármore frio o corpo aquece
De Cima cai e brilha o ardor
Assim é Deus quando acontece.

A vida quantas vezes catedral
Alta e estreita espreita o céu
A voz ecoa qual nave central
Sobre a rosácea desce o véu.

Em tudo o templo é fechado
Nele rasga a cega Luz
De seu facho rosado
É o sinal que me conduz.

Mário Neves
(de joelhos perante São Nuno Álvares Pereira)

sábado, 10 de julho de 2010

O intrigante do conhecimento numérico é apenas o desconforto de que alguém sabe o que eu não sei. Tendo tomado conhecimento do que não sei, desvanece-se o pequeno complexo e o conhecimento numérico não é senão nada, um mundo de ignorância e de pura estupidez maquinizante.

sábado, 3 de julho de 2010

Finalmente…Evoramonte!

Há já alguns anos que andava para visitar Evoramonte, em memória das minhas saudosas aulas de história e prestando justo tributo à notável fortificação onde, a 26 de Maio de 1834, se assinou a célebre Convenção de Evoramonte. Mesmo quase sempre instalado no meu quartel-general em Mora (Monte da Fraga), e recorrendo à linha Estremoz, Borba e Vila Viçosa, não tinha sido oportuno lá passar. Ora, foi há dias colmatada essa minha grande lacuna cultural e patriótica…

Evoramonte é mais um exemplo de como a Monarquia Portuguesa era (e é!) magnânime. Era total. Era nacional. Todo o território nacional era Nacional. Todo o território português era Português. Evoramonte e bem assim Vila Viçosa, Trancoso, Póvoa de Lanhoso, Guimarães, Leça do Balio, Elvas entre tantas outras que, não sendo ao mesmo tempo Lisboa e Porto, foram importantes e algumas decisivas na história da vida nacional. Hoje sim, o regime republicano remete para o esquecimento e abandono o interior da Nação. Mas eu não esqueço. E mais, gosto muito e cada vez mais do interior do País, sobretudo no Alentejo.

“Dominando a planície alentejana, no alto de uma colina com 481 metros de altitude, surge o Castelo de Evoramonte, povoação que se distinguiu na História de Portugal contemporâneo por ali ter sido assinada a Convenção que, em 26 de Maio de 1834, restabeleceu a Paz em Portugal, após vários anos de sangrenta guerra civil entre Liberais e Absolutistas.

Acerca da sua fundação pouco de sabe. Provavelmente terá sido conquistada aos Mouros por D. Afonso Henriques, em 1166, mas não existem fontes seguras que o possam confirmar.

A primeira menção a Evoramonte surge no ano de 1248, quando D. Afonso III lhe concedeu Carta de Foral, posteriormente corroborada e ampliada em 1271, com o intuito de povoar a vila.

Em 1306, tendo como objectivo proteger a vila e os seus habitantes, D. Dinis manda construir as muralhas medievais, que ainda hoje subsistem e mantêm as suas quatro portas em arco de ogiva, da época da fundação.

D. Nuno Álvares Pereira recebe a vila por doação em 1385 e cede-a, em 1461, ao seu neto D. Fernando, tornando-a propriedade do Ducado de Bragança.

A 15 de Dezembro de 1516, D. Manuel I concede à vila a Carta de Foral da Leitura Nova, confirmando o Termo Evoramontense.

Em Fevereiro de 1531, a vila foi sacudida por um violento sismo que destruiu quase por completo as suas estruturas medievais.

Para afirmar o poder da Casa de Bragança na época, D. Jaime I e D. Teodósio I mandam reforçar as muralhas com baluartes cilíndricos e erguer a imponente Torre/Paço Ducal, logo após o terramoto.

A torre é um exemplar único da arquitectura militar de transição, do manuelino final, sem antecedentes nem precedentes em Portugal, e que serviu essencialmente como residência de caça dos Duques de Bragança. A sua posição dominante e cénica, no meio da planície, cumpre na íntegra o propósito da sua construção: afirmar a Casa de Bragança como a segunda mais poderosa do Reino e dando sentido à máxima “Depois de Vós, Nós”, ou seja, depois do Rei, a Casa de Bragança. Esta particularidade está fortemente presente na concepção do edifício, através dos Nós que envolvem o mesmo e que se tratam de um símbolo da heráldica Bragantina, adoptado pelos arquitectos responsáveis pela sua autoria, os irmãos Francisco e Diogo de Arruda.

A Convenção de Evoramonte foi assinada na casa de Joaquim António Sarmago, Presidente da Câmara na altura, tendo confirmado a vitória dos liberais, seguidores de D. Pedro IV, sob os absolutistas, seguidores de D. Miguel.

Esta guerra entre irmãos terminaria, assim, numa modesta casa da Rua Direita desta vila, na qual se reuniram os Duques de Terceira e Saldanha, pelos liberais, e o General Joaquim Azevedo e Lemos, chefe absolutista, assinando a Convenção, que resultou no exílio de D. Miguel para Áustria e no triunfo do Liberalismo em Portugal.

Evoramonte foi sede de concelho até 1855, altura em que passou a integrar o Concelho de Estremoz, situação que ainda hoje se mantém.” (Marisa Serrano – Freguesia de Evoramonte 2008).

Fica o registo da minha perspectiva óptica.





quinta-feira, 24 de junho de 2010

Ermida de Nossa Senhora do Carmo – Azaruja

Parti há dias rumo ao Algarve para praticar o meu inglês. Mas se no Algarve se bronzeia o corpo, no Alentejo bronzeia-se o espírito. A meio curso, encostei na Ermida de Nossa Senhora do Carmo, na Azaruja. Dedicado ao culto de Nossa Senhora do Monte do Carmo, este santuário barroco situa-se a cerca de 2 quilómetros da Igreja Paroquial da Azaruja. Erguida em local ermo, conhecido outrora por Vale da Fornalha, a ermida foi o centro religioso de uma das mais importantes romarias do País. Teve origem num modesto oratório, edificado por eremitas da Ordem do Monte Carmelo que habitaram o local até 1754. A sagração do actual templo data de cerca de 1758. De planta octogonal irregular, conserva um interior revestido de estuques policromos ao gosto rococó, alguns retábulos e altares de talha dourada de bom mérito artístico. Destaca-se o conjunto de cerca de 2.000 ex-votos, a maioria dos séculos XVIII e XIX, verdadeira manifestação de arte e devoção populares (informação patrimonial Turismo de Évora). Um local ausente, de silêncios, de paz e de elevação. De uma luz da Luz, um paraíso dentro de outro paraíso. O isolamento pára o tempo, e sentimos uma pausa na vida...ficam as minhas fotos...

segunda-feira, 21 de junho de 2010

A conversão do não.

Tem-se considerado que polémica é sinónimo de qualidade, de mérito. Pelo contrário: porque é fácil. A polémica pode ser gerada por uma simples baralhação de conceitos ou ideias. Por outro lado, pode ser gerada pela forma pouco inteligente, pouco educada e até ofensiva com que se exprime um pensamento ou convicção. Assim foi o escritor. Foi escritor e foi polémico. Não foi mais nada. Foi nada. Foi um retrocesso. Negativo. Uma corrente de ar abafado. Um exemplo como um Nobel pode evidenciar um ser extremamente desinteressante. Não compreendo porque Portugal sentiu a obrigação, o peso e o dever de lhe prestar homenagem. Não compreendo. Foi um sinal notável da nossa falta de auto-estima. Estivemos preocupados com o conceito dos outros. Não com a nossa dignidade. Que péssimo embaixador. Que vergonha. Quantos não deram a vida pela Pátria no anonimato. São os que A servem que devem ser homenageados. Não os que A negam. De tudo o que se pode admirar num homem, só vi senão tinta, cinzenta...tudo o resto é triste. Hoje, cara a cara com Deus, o escritor desejaria poder começar a escrever...

terça-feira, 8 de junho de 2010

Comemoração Centenário da República - Opinião Enc. Ed. Mário Neves.

Email ao Agrupamento de Escolas de Aveiro.

"Excelentíssimos senhores,

Não queria deixar de dar conhecimento a V.Exas. deste meu email, enviado à Associação de Pais da EB1 JI de Santiago, o qual não mereceu publicação no respectivo blog (facto que estará, muito provavelmente, associado à liberdade de expressão tão típica da república).

Aproveito para manifestar a V.Exas. a minha indignação e reprovação veemente em relação à propaganda republicana que se encontra exposta no JI de Santiago. Creio que não compete à Escola qualquer interferência viciada sobre a formação de opinião política dos alunos, ainda que se trate, neste caso, de um Jardim de Infância. Compete sim à Escola, com total isenção, promover e estimular junto dos alunos, o seu interesse pela política, bem entendida como instrumento nobre de serviço à causa pública.

Muito respeitosamente,

Mário Neves
Encarregado de Educação de Afonso Duarte Veloso Neves (1º ano) e Leonor Afonso Veloso Neves. (JI)


---------- Mensagem encaminhada ----------

De: Mário Neves

Data: 26 de Maio de 2010 16:42

Assunto: Comemoração Centenário da República - Opinião Enc. Ed. Mário Neves.

Para: eb1santiago@gmail.com

Excelentíssimos Senhores,

Recolhi este endereço de correio electrónico da página da Associação de Pais na internet. Sinceramente, não sei se a referida página constitui apenas um meio de emissão de informação ou se está prevista, igualmente, a liberdade de publicação de opiniões e comunicados diversos dos Pais e Encarregados de Educação. Nesse sentido, se possível, gostaria que fosse dada visibilidade, na mesma página, a esta minha exposição em resultado da organização de uma iniciativa no âmbito do “Centenário da República”. Agradeço antecipadamente.

Com os melhores cumprimentos, Mário Neves.

Encarregado de Educação de Afonso Duarte Veloso Neves (º1 ano) e Leonor Afonso Veloso Neves. (JI)

“ Excelentíssimos senhores,

Recebi no passado dia 24 de Maio, uma notificação escrita informando que, no próximo dia 9 de Junho vão “comemorar o Centenário da República” em cuja iniciativa, os Jardins de Infância vão representar a Monarquia. Agradece-se ainda, no mesmo documento, a nossa colaboração na confecção dos fatos.

Cumpre-me agradecer a notificação, e procederei conforme se solicita. Com efeito, as datas históricas nacionais devem constar do programa de actividade escolar, promovendo junto dos alunos o conhecimento da História de Portugal, não só do ponto de vista cognitivo mas, nessa medida, estimular, prematuramente, o dever de cidadania e desenvolver o sentimento Pátrio. Num mundo globalizado, efectivamente, devem-se cumprir estes desideratos. À organização, parabéns.

Devo, todavia, manifestar o quão desconfortante é para mim satisfazer o presente pedido. Por três razões:

1. Da Legitimidade: na verdade, trata-se não da Implantação mas sim da Imposição da república. Se é verdade que o poder reside no Povo, é não menos verdade que o regime republicano português nunca, em momento algum, foi por aquele sufragado. Como se pode comemorar um regime sem legitimidade democrática?

2. De ordem Criminosa: a imposição da república radica no Regicídio, ou seja, no homicídio de Sua Majestade o Rei D. Carlos e de seu filho, o Príncipe Real D. Luís Filipe. Omitirão este acto criminoso e desumano na representação a que se propõem?

3. Da Fundamentação: da análise política, social, económica e cultural, o que motiva a presente “comemoração” é, designadamente, a degradação moral, desertificação do interior, violação do meio ambiente, violação da Língua Portuguesa, desorientação espiritual, facilitismo na educação e avaliação escolar (bem entendida a desautorização total da classe docente), violação grave da matriz familiar, esquecimento da agricultura, degradação do património cultural, violência, crise económica e dos mercados financeiros, desemprego e, sobretudo: corrupção. Teremos a comemorar ou a lamentar?

Nesse sentido, temo que não reste outra solução à organização senão omitir a verdade histórica para assim poder blindar o interesse pedagógico e cultural da representação. Se assim for possível…

Resta-me a consolação de que os Jardins de Infância vão representar a Monarquia e, em particular, à minha querida filha, cabe a representação de Sua Majestade, a Rainha D. Amélia (creio que assim me foi transmitido). Salvaguardada pela sua profunda infantilidade, não sentirá assim o peso da dor e da desgraça que na realidade caiu sobre a Pessoa que representa, quando, após lhe terem assassinado o marido e o filho, a enviaram para o exílio…

A História não se apaga. O Povo é livre de escolher o seu caminho. A isto se chama Democracia. Todas as outras vias são inaceitáveis. É isto que temos de ensinar aos nossos filhos e aos nossos alunos.

Muito respeitosamente,

Mário Neves

http://fidelissimo.blogspot.com

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Ver o visível.

Cada ser humano tem uma dimensão. Sem dúvida, a clausura e o isolamento abrem as portas para a extensão e o desenvolvimento do espírito e da alma. A dimensão de cada um existe e manifestar-se-á sempre. Se limitada de um lado, expandir-se-á no outro.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

É intrigante como a república convive bem com a sua própria ilegitimidade.

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Ponte.

A forma como um país recebe o Papa, pode aferir muito da sua cultura.

A visita do Santo Padre só pode constituir o expoente máximo da vida nacional. Não se me passa, sequer, perspectivar o Papa, como chefe de Estado. O Papa é o Papa. O sucessor de Pedro. O Sumo Pontífice. E a palavra "Pontífice" diz tudo. Como afirmou um dia o senhor D. José da Cruz Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, aquando da eleição do Papa, nós acreditamos que, naquele momento, há a presença e a intervenção do Espírito Santo. Esta é a suprema dignidade que muitos não sentem e muitos simplesmente desconhecem. O Santo Padre, não é só um chefe de Estado, não é só o Bispo de Roma, mas sim o Sumo Pontífice. E a Ponte leva-nos a Cristo.

Assim não foi para muitos, Sua Santidade, o Papa Bento XVI. Não foi para muitas pessoas nem para muitas empresas. Impunha-se uma clareza total na permissão de todos poderem acompanhar, fosse essa a vontade, a visita do Santo Padre. E a ausência daquele prisma, de suprema dignidade, levou aos mais tristes e profundamente lamentáveis comentários sobre a sua Pessoa e sobre a sua visita.

Para muitos era só um “homem”. Para muitos que apoiam o despesismo fútil do Estado, do partidarismo e do clientelismo, já consideraram dispendiosa a visita do Santo Padre! Do nazismo à pedofilia, de tudo se versou…

Muitos portugueses desconhecem que Portugal se fundou na Missão Cristã e cuja nacionalidade foi avalizada pela Santa Sé.

A este gratuito e jacobino ataque ao Papa e à Igreja, eu respondo com a minha mais profunda repulsa e nojo. Pois, na verdade, aquilo que o Estado, recebendo para isso, é obrigado a fazer e não faz, fá-lo a Igreja.

Mas, na generalidade, vi uma calorosa recepção ao Papa. Não seria de admirar que o nosso Primeiro-Ministro não soubesse sequer o tratamento cerimonial adequado ao Papa, dirigindo-se ao mesmo da forma de “Eminência”, considerando as matérias morais que tenta despachar, foi, contudo, pleno de fé, que o Povo, e assim Portugal, o recebeu.

O Papa percebeu que foi acolhido por um País católico. As ruas e praças encheram-se de gente. A juventude esteve com ele. E vi a felicidade na sua face. Tendo sido testemunha da nossa fé, o Papa deixou-nos, ao mesmo tempo, uma mensagem de esperança e de sentido de vida. E quão oportuna é esta mensagem num período em que os políticos agravam a economia e destroçam a moralidade social.

Sobre todos os insistentes e intemporais ataques à Igreja, Portugal saberá exclamar bem alto e bem firme: Viva o Papa! Viva o Papa! Viva o Papa!

sábado, 8 de maio de 2010

A república e a balança.

Reparemos como as diversas candidaturas à presidência da república começam a fraccionar os Portugueses. O regime procura e argumenta pela condição fundamental do supra-partidarismo para a chefia de Estado. E vai cínico e dissimulado tentar encontrá-lo na facção e na fracção, na parcela e na minoria. Escolhe um partidário, nele maduro, penhorado e cúmplice, e trá-lo à praça realçando-lhe o supra-partidarismo. Que estúpida inconsistência. Pois se todos querem o supra-partidarismo e a isenção em toda a sua extensão política, porque não vão buscar o Rei?

quinta-feira, 29 de abril de 2010

A noção do tempo é confinada pela nossa circunstância.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

D. Manuel Clemente abre intervenções sobre Centenário da República na Guarda.

D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, é o primeiro convidado de uma série de intervenções públicas que a Comissão Diocesana da Guarda das Comemorações do Centenário da Implantação da República vai promover, para assinalar acontecimentos de há 100 anos ligados à implantação da República que “marcaram profundamente esta cidade” – realça um comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
A intervenção está marcada para dia 15 de Abril, às 21.00 horas, na sala da Assembleia Municipal da Guarda. Neste programa de intervenções, a Comissão pretende lembrar o Bispo da Guarda de então, D. Manuel Vieira de Matos, figura marcante do Episcopado Português e seus mais directos colaboradores.
Os dois Seminários da Diocese da Guarda que foram encerrados pelos poderes públicos da República, tendo os respectivos edifícios sido retirados à diocese da Guarda, sua legítima proprietária, como aconteceu igualmente com o Paço Episcopal, é outro dos assuntos que será recordado.
O programa contempla uma abordagem de outras instituições de ensino da Igreja, designadamente o Colégio de S. Fiel, por onde passaram figuras marcantes da cultura e da ciência em Portugal.
Outro dos assuntos a tratar tem a ver com o debate de ideias que preencheu a imprensa da Guarda imediatamente antes e depois do cinco de Outubro de 1910.
A Comissão vai, também, reflectir com o público da Guarda a célebre, “embora pouco conhecida, Lei de Separação de 1911 e suas consequências para a vida da Igreja em Portugal e para a sociedade portuguesa no seu conjunto” – realça.
“Pretendemos ajudar as pessoas da Guarda a terem dos acontecimentos de há 100 anos ligados à implantação da República uma compreensão mais ampla e desapaixonada, contribuindo, assim, para que as lições da História nos ajudem, quanto possível, a traçar os melhores rumos do futuro para a sociedade portuguesa” refere um comunicado da Comissão Diocesana das Comemorações do Centenário da Implantação da República. (Agência Ecclesia)

sábado, 20 de março de 2010

Igreja e Estado na I República - Lei da Separação

Segundo número da Edição Digital da Agência Ecclesia para o Centenário da República.
O segundo número da Edição Digital da Agência ECCLESIA para o Centenário da República é dedicado às relações Igreja-Estado, com destaque para a Lei de Separação de 1911.

Esta publicação é um projecto editorial que, ao longo deste ano de 2010, oferece aos leitores 10 números com informação relativa ao Centenário da República. Artigos de opinião, notícias e acontecimentos em agenda são conteúdos que se disponibilizam nesta edição digital.
Todos estão relacionados com o Centenário da República: porque apresentam os acontecimentos ocorridos há 100 anos ou porque relatam iniciativas que hoje os assinalam.

Em cada número, é publicada também uma entrevista a investigadores da temática da República de 1910. Nesta edição, a análise às relações entre a Igreja e o Estado, nomeadamente à Lei da Separação de 1911, percorre a entrevista ao Pe. João Seabra.

Esta edição digital da Agência ECCLESIA, pela sua especificidade editorial, centra atenções nas reportagens, entrevistas e artigos de opinião que salientem o factor religioso em todo o narrar histórico em torno do ano de 1910 e nos eventos que, durante este ano de 2010, o assinalam.

Lei da Separação

As mudanças ocorridas sequência do 5 de Outubro de 1910 estenderam-se, naturalmente, à vida da Igreja. Ajudar a perceber esses dinamismos é um dos objectivos da obra “O Estado e a Igreja em Portugal no Início do Século XX. A Lei da Separação de 1911”, do Pe. João Seabra (Principia, 2009).

Em entrevista à Agência ECCLESIA, este especialista recorda que muitos sacerdotes foram presos e deportados para fora das suas paróquias. Bispos e padres foram espoliados dos Paços e casas paroquiais, muitas igrejas foram fechadas.

Para lá da imensidão do património perdido, contudo, o Pe. João Seabra centra a sua atenção na luta da Igreja Católica pela independência e não-sujeição, contra uma acção republicana que considera antidemocrática e contrária aos valores da liberdade.

Muitas pessoas, lamenta, não sabem o que se passou ou limitam-se a uma leitura superficial dos acontecimentos, ignorando que por detrás da Separação estava, em verdade, um programa político que visava a erradicação do catolicismo.

“Há muitas coisas na Lei que tornariam a Igreja completamente submetida ao Estado e só não ficou assim porque adoptou uma prática de desobediência civil, de resistência activa e passiva", alerta o especialista.

Para o sacerdote do Patriarcado de Lisboa, "é muito importante para compreender o conflito que aconteceu perceber que a Igreja, os Bispos, não pretendiam a manutenção do estatuto da religião de Estado".

O Pe. João Seabra alerta que "não devemos iludir-nos com os efeitos da perseguição: as perseguições fazem mal, a Igreja ficou muito mal-tratada na perseguição republicana".

Neste conflito com os republicanos, destaca, os Bispos sacrificam a questão do património por causa de outros valores que consideram mais importantes: "Quando os Bispos fazem a sua pastoral, em 1911, dizendo que não se podem aceitar as cultuais, sabem que vão ficar sem paço episcopal; quando os párocos obedecem à pastoral do Bispo, sabem que vão perder a casa paroquial. Isto aconteceu de Norte a Sul do país, para não ceder na libertas ecclesiae, na liberdade de Igreja".

"O que estava em causa era uma forma de governo eclesial contrária à doutrina da Igreja e uma forma de remuneração do clero que o punha sujeito ao Estado. Para não aceitar estas duas coisas, para não abdicar da liberdade, a Igreja abdicou do património", conclui. (Agência Ecclesia)

domingo, 7 de março de 2010

Um exemplo a seguir - Retaliação Cristã Italiana contra o anti-cristianismo da UE...

Por Udo Ulfkotte.

Há cada vez mais pessoas a queixarem-se contra a "degradação dos valores morais" em seu redor. Perguntam-se com apatia e um encolher de ombros o que é que seria possível fazer contra isso. Os italianos estão, actualmente, a dar o exemplo. O país revoltou-se, o povo uniu-se e está a fazer frente à União Europeia. Os italianos não estão para brincadeiras no que se refere à luta pela cruz.

A sentença mais recente do Tribunal Europeu para os Direitos Humanos conseguiu, em Itália, algo que milhares de pregadores não conseguiram. Uniu todo o povo em redor da cruz. Segundo os juízes da UE, um crucifixo cristão numa sala de aulas do ensino público ofende a liberdade religiosa dos alunos. Desde então, a Itália está furiosa. A Igreja e o Estado suspeitam um ataque frontal contra os costumes cristãos. A decisão de Estrasburgo levou a uma corrida à colocação de novos crucifixos em todo o país - precisamente o contrário do que os juízes de Estrasburgo pretendiam.

Num debate televisivo, Ignazio La Russa, Ministro da Defesa de Itália, disse: "Todos os crucifixos manter-se-ão pendurados" e acrescentou a gritar: "Eles (os inimigos da cruz) que se danem, mais essas instituições internacionais fictícias". Desde então, o país e os valores cristãos são defendidos. O Exército ameaçou abater a tiro todos os que não cumprirem as ordens do Ministro da Defesa. Nem era preciso uma ordem tão drástica. Até porque os Presidentes das Câmaras viram nisto, finalmente, uma oportunidade para poderem fazer frente aos odiados diabos da UE.

Em San Remo, no noroeste de Itália, o Presidente da Câmara Maurizio Zoccarato encomendou uma cruz de dois metros de altura para a Câmara Municipal e mandou os directores de todos os estabelecimentos de ensino colocar um crucifixo nas salas de aula. Na cidade Busto Arsizio, próximo de Milão, a administração municipal colocou a bandeira da UE a meia haste, nos edifícios públicos. A fachada do Teatro Bellini de Catania, na Sicília, ostenta uma grande cruz totalmente nova. Há cada vez mais comunidades italianas a encomendar crucifixos para as suas escolas. Por exemplo, em Sassuolo, na Província de Modena no Norte de Itália, a cidade encomendou 50 cruzes novas para serem penduradas nas salas de aula que ainda não têm. Nas Termas de Montegrotto, 11 kms a sudoeste de Pádua, a comunidade de 10.000 habitantes anuncia em letreiros luminosos: Noi non lo togliamo - Não o vamos tirar. Referem-se aos crucifixos. O Presidente da Câmara da cidade de Treviso, no nordeste de Itália, declarou a situação da forma seguinte: "Estamos no reino da loucura. É uma decisão que requer vingança. O Tribunal devia processar-se a si próprio, devido ao crime que cometeu".

O Presidente da Câmara de Assis adiantou que, além dos crucifixos, também deviam colocar presépios nas salas de aula. O Presidente da Câmara de Trieste declarou que tudo ficaria como até aqui, ou seja, que os crucifixos continuariam nas paredes. A Câmara de Comércio de Roma pediu aos comerciantes que pendurassem crucifixos em sítios bem visíveis. Nas Termas de Abano, onde habita o tal imigrante ateu que se queixou contra os crucifixos, são levadas a cabo manifestações à porta das escolas, a favor da Cruz de Cristo. Riccardo Roman, Presidente da Câmara das Termas de Galzignano, na Província de Pádua, ordenou a colocação imediata de crucifixos nos edifícios públicos - não apenas nas escolas, mas também na Câmara Municipal e nos museus. A Polícia vai verificar regularmente se a ordem está a ser cumprida, se não, haverá uma coima de 500 a pagar. Maurizio Bizzarri, o Presidente da Câmara de Scarlino, na Toscana, decretou uma coima de 500 para quem retirasse um crucifixo da parede de qualquer edifício público.

Na cidade de Trapani, na ponta mais ocidental da Sicília, o Presidente e os vogais do governo regional encomendaram 72 crucifixos por conta própria. Na cidade de Nápoles podemos ler o graffiti seguinte nas paredes de muitos edifícios: "Se arrancares a cruz, arranco-te a mão". Em Itália, não existe comunidade que não faça frente à sentença dos juízes de Estrasburgo. A Itália está unida. De momento, a degradação dos valores morais não deve ser tema de conversa, antes pelo contrário. Voltaram a encontrar os seus valores tradicionais. No fundo, deviam estar agradecidos aos juízes de Estrasburgo.

Editora Kopp, Rothenburg

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Candidatura Dr. Fernando Nobre à Pr.

Nunca votei nas presidenciais. Penso que votar nas presidenciais é reconhecer e admitir um regime que é ilegítimo, que nunca foi escolhido por ninguém. Todavia, a candidatura do Dr. Fernando Nobre, extraordinário ser humano e cidadão do mundo, traz uma importante pedagogia em relação àquilo que deve ser e necessita um chefe de Estado. Um homem livre, apartidário, nacional, apaixonado pelo seu semelhante, comungando dos mais nobres valores da solidariedade profunda. Ecuménico, internacional, global. Esta candidatura é extremanente curiosa e até histórica para este regime clandestino em que vivemos. A república faliu há muito, e já havia iniciado criminosa, vergonhosa e anti-democrática, mas esta candidatura colocará à prova a capacidade da república acolher e aceitar um homem apartidário para chefe de Estado. Na medida em que é uma candidatura verdadeiramente livre até acolhe a minha simpatia...mas eu, profundamente monárquico, nunca votarei nas presidenciais, quero mais......quero um Rei.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Santa Joana Princesa - Patrona da Real Associação da Beira Litoral.

Santa Joana de Portugal, OP (também chamada Santa Joana Princesa embora oficialmente apenas seja reconhecida pela Igreja Católica como Beata) (6 de Fevereiro de 1452 — 12 de Maio de 1490) foi uma princesa portuguesa da Casa de Avis, filha do rei D. Afonso V e de sua primeira mulher, a rainha D. Isabel. Santa Joana, foi jurada Princesa herdeira da Coroa de Portugal, título que manteve até ao nascimento do seu irmão, o futuro rei D. João II. Santa Joana foi regente do reino em 1471, por altura da expedição de D. Afonso V a Tânger. Após recusar veementemente várias propostas de casamento, nunca chegou a professar votos de freira dominicana por ser princesa real e potencial herdeira do trono. No entanto viveu a maior parte da sua vida no Convento de Jesus de Aveiro, desde 1475 até à sua morte, seguindo em tudo a regra de vida e estilo das monjas. Foi também uma grande apoiante do irmão, o rei D. João II de Portugal. Santa Joana foi beatificada em 1693 pelo Papa Inocêncio XII. (fonte: wikipedia)